segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quais os caminhos da pecuária do Nordeste?


Esta semana foi divulgada a publicação de Contas Regionais pelo IBGE, referente ao ano de 2009, e um dos destaques é o aumento na participação no produto total das Regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Dado que a atividade pecuária sempre foi importante para estas duas Regiões cabe avaliar o comportamento da mesma para os anos recentes, de forma a identifica ser há tendências claras e se a mesma deve ou não auxiliar no desenvolvimento destas Regiões.

Em ambas as Regiões, embora por motivos diferentes e em momentos diferentes, a atividade pecuária foi condicionada pela expansão do rebanho bovino e sendo, posteriormente, incorporadas outras criações.

De fato, mesmo hoje permanece a hegemonia da criação bovina destarte o grande crescimento da criação de ovinos e caprinos, bem como da avicultura. Como pode ser observar da figura a seguir, a criação de bovinos no Nordeste rivaliza a do Sul em número de cabeças.



Observa-se também que a dinâmica do crescimento do rebanho no Nordeste, Sul e Sudeste é muito pequena quando comparada ao Centro-Oeste e ao Norte, que são atualmente os dois maiores produtores nacionais e cujo crescimento é claramente um espelho desde meados da década de 1980.

Outra criação de grande importância no Nordeste é a de ovinos e caprinos, e nesta o Nordeste não é apenas o principal produtor, mas também o único em que a dinâmica do crescimento mostra tendência positiva significativa. Claramente os produtores do Sul vem deixando a atividade que tende a se concentrar no Nordeste no médio prazo.



A avicultura, por sua vez, que foi a atividade pecuária que mais cresceu nas últimas décadas, se concentra no Sul e no Sudeste enquanto a produção do Centro-Oeste cresce rapidamente. Já as Regiões Norte e Nordeste apresentam uma tendência de crescimento reduzida em relação às demais Regiões e aparentemente se tornarão coadjuvantes na consolidação desta atividade no Brasil.
Considerando então o comportamento destas três atividades criatórias se tem evidências que o Nordeste vem se concentrando relativamente na produção de ovinos e caprinos enquanto as demais Regiões crescem em bovinos e aves. Se esta tendência perdurar, e dado que a opção nordestina é a que tem a menor penetração nos mercados de consumo, é de se esperar que o setor da pecuária no Nordeste continue a perder importância. E não será a melhora nas condições de oferta destes rebanhos, foco principal das políticas públicas atuais, que irá resolver a questão.

Por: Fernando Dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário