segunda-feira, 26 de agosto de 2013

RN: produção de sal quadruplicou em 2013

A indústria salineira do Rio Grande do Norte, após anos de queda na produção, retoma o fôlego e espera quebrar mais um recorde na extração de sal em 2013. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Extração de Sal do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), deverão ser produzidas até cinco milhões de toneladas de cloreto de sódio até o final deste ano nas 35 salinas ligadas à instituição. Em 2012, foram produzidas 997 mil toneladas. 

O referido dado faz do Estado potiguar o maior produtor, com domínio de 95% sobre o total extraído nacionalmente. A maioria massiva da produção deverá ser escoada pelo  Terminal Salineiro de Areia Branca, que carrega os navios cargueiros para o mercado brasileiro e internacional. 

 Após dois anos em obras, o Porto-Ilha duplicou a capacidade de armazenamento, ampliou a área de cais em quase 100 metros, o que possibilita o atracamento de até duas embarcações por vez para descarregamento, além de ter potencializado o transbordo de navios cargueiros, transportando para os porões de tais embarcações, até 2.500 toneladas de sal por hora. 

A reforma custou R$ 270 milhões e foi financiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Após a duplicação do Porto-Ilha, foi possível ampliar a capacidade de exportação do sal, o que representará um grande impulso para a economia do Rio Grande do Norte”, afirma o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Pedro Terceiro de Melo.

 De acordo com o vice-presidente do Siesal/RN, Airton Torres, a previsão é de que 350 mil toneladas do produto sejam exportadas ao longo deste ano. “O número é ainda considerado pequeno. Há oito anos, chegamos a exportar 800 mil toneladas”, destaca Airton Torres. Ele esclarece que, em decorrência dos anos chuvosos, a produção na zona salineira caiu e, consequentemente, a venda do cloreto de sódio para o mercado externo sofreu uma redução. Entretanto, a falta de chuvas que é lamentada pelo sertanejo é motivo de ampliação de negócios para os salineiros. Isto porque quanto mais quente é o clima, maior é a evaporação de água do mar, o que contribui para uma melhor produção.

“A partir de 2012, que foi um ano de poucas chuvas, a produção retomou os níveis normais. Nós vimos os estoques serem repostos. Eles foram quase zerados quando a região salineira foi inundada pelas enchentes dos rios da Região Oeste”, relembra Airton Torres. Além da retomada da produção em níveis que poderão exceder o registrado no passado, a alta do dólar, segundo o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, deverá ser um fator positivo para o mercado da indústria salineira potiguar. Atualmente, um potencial consumidor do cloreto de sódio produzido no Estado potiguar é a Nigéria, além do Canadá, Noruega e Estados Unidos.

Além dos ganhos econômicos em nível estadual, o município de Areia Branca, distante do Porto-Ilha aproximadamente 26 quilômetros, arrecada impostos com a extração do sal e tem sua economia movimentada com os empregos diretos e indiretos gerados pela operacionalização do terminal salineiro. De acordo com o auditor do Município, Frederico Almeida, ocorreu um aumento na arrecadação do ICMS as obras de ampliação do Porto-Ilha. Por mês, através do Imposto Sobre Serviços (ISS) pago pelas empresas que operam, basicamente, o serviço de traslado de embarcações, a cidade arrecada R$ 360 mil, o que corresponde a metade do repasse federal através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A expectativa da Codern é, a partir da ampliação do potencial de estocagem e carregamento a partir do Porto-Ilha de Areia Branca, ampliar ainda mais os negócios do setor salineiro. “Nós podemos servir melhor e mais rápido aos produtores de sal. Aumentamos nossa capacidade e contribuímos economicamente para o desenvolvimento do Estado”, enfatiza Pedro Terceiro de Melo. Por mês, o terminal custa à Codern cerca de R$ 800 mil, excluídas as despesas com manutenção periódica. A receita pode variar até R$ 2 milhões, de acordo com o total de embarcações atracadas e movimentação de mercadoria. 


TN

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