terça-feira, 30 de setembro de 2014

Operação Assepsia: "borboleta" na mira do mpf-rn

Denúncias se referem a fraudes nos processos de seleção de organizações sociais, que permitiram o desvio de recursos públicos

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) apresentou uma nova denúncia relativa às irregularidades descobertas pela Operação Assepsia, que investigou ilegalidades cometidas na contratação da Associação Marca pela Prefeitura do Natal, durante a gestão de Micarla de Souza. Na denúncia, a ex-prefeita e outros 14 envolvidos são apontados como responsáveis por crimes como fraude e dispensa indevida de licitação, além de falsidade ideológica.

O esquema desbaratado pela Operação Assepsia funcionou de meados de 2010 até 2012 e, além das fraudes em procedimentos licitatórios, foram registradas diversos outros crimes que resultaram em quatro outras denúncias já apresentadas pelo MPF à Justiça Federal.

A nova ação inclui entre os denunciados o marido da ex-prefeita, Miguel Weber; o ex-secretário de Saúde Thiago Trindade; o procurador do Município Alexandre Magno de Souza; e o empresário Tufi Soares Meres, citado como líder do “braço empresarial” do esquema.

A denúncia assinada pelo procurador da República Fernando Rocha descreve que as negociações entre o grupo ligado à Prefeitura e os envolvidos ligados a Tufi Meres tiveram início antes mesmo da contratação da Marca, selecionada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para administrar os ambulatórios médicos especializados (AMEs) de Nova Natal, Brasília Teimosa e Planalto, além da unidade de pronto-atendimento (UPA) de Pajuçara.

Os dois processos de escolha, tanto para administração dos AMEs quanto da UPA, apresentaram diversas irregularidades e foram direcionados para a seleção da Marca, que repassava recursos do poder público a vários envolvidos, através da subcontratação de empresas, e ainda preenchia vagas de trabalho nas unidades de saúde com indicados da ex-prefeita, de secretários e de políticos.

Terceirização - Antes da seleção da Marca, a Prefeitura contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para elaborar um “trabalho técnico” que resultou na indicação de um modelo de gestão terceirizada de unidades de saúde. Leonardo Carap, coordenador encarregado pela FGV dos trabalhos desenvolvidos em Natal, tornou-se o principal elo entre Tufi Meres e o Município.

Carap chegava a enviar a Tufi Meres conteúdo de documentos e estudos de caráter confidencial. Ele foi, ainda, o responsável pela ida de Thiago Trindade, Alexandre Magno e Carlos Fernando Bacelar ao Rio de Janeiro, em agosto de 2010, quando os representantes da SMS conheceram de perto o trabalho da organização social e os demais integrantes do esquema, ligados ao grupo de Tufi Meres.

Leonardo Carap era remunerado por seus serviços de “intermediação de negócios” através de repasses da Salute Sociale (empresa do grupo de Tufi Meres) para suas contas e de sua empresa: Qualimed Planejamento. De maio a novembro de 2011 foram feitos repasses de R$ 321.099,43.

De acordo com o MPF, todo o trâmite do chamamento público que resultou na contratação da Marca foi definido por Micarla de Souza e Miguel Weber pelos menos dois meses antes da deflagração formal do processo e antecipadamente noticiado a servidores (Thiago Trindade, Alexandre Magno, Thobias Bruno e Carlos Bacelar) e particulares (Tufi Meres, Rosimar “Rose” Bravo, Antônio Carlos Júnior, Jonei Lunkes e Leonardo Carap).

Contratação - As negociações se concretizaram em outubro de 2010, com o processo de seleção de uma organização para gerenciar os AMEs. Os termos do edital, bem como a formação da comissão julgadora (composta por Carlos Fernando, Maria do Perpétuo e Elizama Batista) foram definidos por Alexandre Magno e Jonei Lunkes, este um “consultor” que trabalhava clandestinamente na SMS, sem vínculo formal, recebendo R$ 22 mil mensais através de subcontratação à Marca.

Em e-mail enviado ao ex-secretário e a Annie Azevedo, Carlos Bacelar e Rose Bravo, Alexandre Magno deixa claro o cronograma da seleção que irá “oficializar” a contratação da Marca. Em 3 de setembro, mais de um mês antes, ele já explica aos destinatários quais passos serão dados e detalha o procedimento, chegando a esclarecer que “O pessoal do RJ seguiu para visitar as unidades acima e deve retomar com relatório de custos”. No item “Outras providências”, o procurador é ainda mais específico quanto às tarefas a serem adotadas: “b. Qualificar a Marca”

A qualificação da Marca como organização social foi publicada em 14 de outubro de 2010. A ata da sessão que declarou a entidade vencedora da chamada foi publicada dia 22, cinco dias úteis depois. Para o MPF, o prazo reduzido só reforça o “jogo de cartas marcadas”. Maria do Perpétuo Socorro e a servidora Elizama Batista, membros da comissão julgadora ao lado de Carlos Fernando Bacelar, subscreverem a ata da sessão de 18 de outubro de 2010, que nunca aconteceu.

Cerca de uma mês após ganhar o contrato dos AMEs, a SMS lançou novo processo seletivo para entregar a uma OS a gestão da UPA de Pajuçara. O edital e o termo de referência , publicados em novembro de 2010, foram elaborados por Jonei, Alexandre e Thobias Gurgel. O Ipas “sagrou-se vencedor”, mas decidiu “por motivos de força maior” desistir do contrato, cedendo espaço à Marca.

“Não há como deixar de reconhecer que os agentes públicos encarregados da condução da seleção (…) e os representantes da Marca combinaram previamente o resultado do certame, inclusive ajustaram a desistência do primeiro licitante convocado”, ressalta a ação do MPF.

Micarla de Souza – Em mensagens trocados por Tufi Meres com seu “braço direito” Rose Bravo, o empresário reconhece a necessidade de levar ao conhecimento do “marido”, forma pela qual se referia a Miguel Weber, a ocorrência de atrasos nos pagamentos à Marca. Na mensagem, ele afirma ser necessário Miguel saber que “as coisas não andam conforme combinado por lá” e que os dois “comandados (Francisco de Assis Rocha Viana e Antônio Luna, então gestores financeiros da SMS e da Secretaria de Planejamento) estavam atrapalhando”.

A denúncia do MPF reforça que Micarla de Souza “ostentou efetiva participação em todas as etapas da cadeia delitiva”, incluindo a contratação da FGV; a indicação de apadrinhados políticos para ocupar postos de trabalho nas unidades de saúde geridas pela Marca; até a negociação e definição de valores do contrato de gestão hospitalar.

Para o MPF, na primeira fase do esquema a participação de Micarla e Miguel Weber ocorreu de forma mais discreta, enquanto Thiago Trindade e Alexandre Magno deliberavam na “linha de frente” com os representantes do grupo chefiado por Tufi Meres. Porém, após a exoneração do secretário, em 2011, o casal assumiu “as rédeas do negócio” e convocou Francisco de Assis Viana e Antônio Carlos Luna para auxiliarem na continuidade do esquema instalado na SMS.

Em uma troca de e-mais com Miguel Weber, que sequer pertencia aos quadros da Prefeitura, Tufi Meres envia a ele uma lista de pessoas contratadas nas unidades administradas pela Marca, com o registro dos respectivos “padrinhos” (políticos e secretários municipais em sua maioria) e a listagem das vagas ainda abertas.

Miguel Weber explica que “gostaria que pudessemos participar desse processo”, referindo-se a contratações e demissões nas unidades, e acrescenta: “Inclusive eu preciso de mais uma vaga de enfermeira e dentista”. Já em mensagem a Rose Bravo, Tufi Meres afirma sobre Miguel Weber: “Estamos lidando com um crápula”.

As investigações apontaram que todas as negociações envolvendo a contratação e os pagamentos da Marca passaram pelo crivo do casal Micarla e Miguel Weber. O marido da ex-prefeita, em troca de mensagens, chega a indicar valores e percentuais de ajuste dos contratos.

Envolvidos – Além de tornar-se elo entre integrantes do esquema, Alexandre Magno elaborou a lei permitindo a “qualificação de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais” e “pavimentou caminhos e conferiu blindagem jurídica para que empresas privadas, utilizando-se da roupagem de organização social, firmassem contratos de gestão (…)e efetuassem desvio de verbas”.

O procurador do Município e Thiago Trindade indicaram Thobias Bruno Gurgel; Carlos Fernando Bacelar e Annie Azevedo Cunha para cargos de chefia da SMS, para poderem auxiliar na montagem e funcionamento do esquema. Eles deram suporte operacional, administrativo e gerencial. Do grupo de apoio a Tufi Meres, além de Rose Bravo estão incluídos Mônica Nardelli e Antônio Carlos Oliveira Júnior, o Maninho, esposo de Rose Bravo.

Além das penas referentes aos crimes específicos (ver lista abaixo), o MPF requer para todos os denunciados a inabilitação para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, pelo prazo de cinco anos. A ação penal tramita na Justiça Federal sob o número 0003238-80.2014.4.05.8400.

Detalhamento das denúncias

Dispensa indevida de licitação (art 89 da Lei 8.666), fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório (art 90 da Lei 8.666); e falsidade ideológica (art 299 do Código Penal)
Micarla Araújo de Souza Weber; Miguel Henrique Oliveira Weber; Thiago Barbosa Trindade; Alexandre Magno Alves de Souza; Thobias Bruno Tavares Gurgel; Carlos Fernando Pimentel Bacelar Viana; Annie Azevedo Cunha Lima; Tufi Soares Meres; Rosimar Gomes Bravo de Oliveira;
Antônio Carlos de Oliveira Júnior, “Maninho”; Leonardo Justin Carap; e Jonei Anderson Lunkes.
Dispensa indevida de licitação e falsidade ideológica
Mônica Simões Araújo e Nardelli.
Falsidade ideológica
Maria do Perpétuo Socorro Lima Nogueira; e Elizama Batista da Costa.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no RN

CAMPANHA ENGRAÇADA...

Tem uma coisinhas circulando por aí que parecem (e são) piadas:

Umas figuras que se arvoram na condição de legítimos representantes dos pobres deste país e apontam para os adversários políticos como os fieis seguidores de poderosos e endinheirados.

O discurso em defesa do 'pobrismo' serve para disfarçar o que realmente representam e defendem.

Dizem: quem não vota em candidata X é revoltado e... rico. Andam de Hilux e blá blá blá. 

Cinco minutos depois os 'pobristas de almanaque' publicam nas redes sociais que estão tomando vinho francês, do Porto, preparando-se para viajar ao exterior, anunciando compra de carros luxuosos, apartamentos, etc.

E nem se dão conta que estão exaltando tudo de 'bom' que o vil metal pode comprar. 

Quanta hipocrisia!!!

Atenção prefeitos: para TRT-RN Município é responsável subsidiário por dívidas de APAMI

Em que pese, em princípio, não responder pelos créditos trabalhistas dos empregados da entidade com quem mantém convênio, é de se reconhecer a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços como partícipe e real beneficiário das violações dos direitos trabalhistas.

Baseado neste entendimento, o desembargador Eridson João de Medeiros manteve a decisão da Vara do Trabalho de Currais Novos que responsabilizou, subsidiariamente, a prefeitura de Campo Redondo pelo pagamento de uma dívida trabalhista da Associação de Proteção e Assistência a Maternidade e a Infância (APAMI).

A entidade, que administra o Hospital Maternidade Severina Tibúrcio, não assinou a Carteira de Trabalho, nem quitou as verbas rescisórias de uma ex-empregada.

O município de Campo Redondo recorreu da decisão ao TRT-RN alegando não manter relação jurídica com a trabalhadora, nem com a APAMI.

O relator do recurso no Tribunal, desembargador Eridson Medeiros, entretanto, fundamentou sua decisão no artigo 37, § 6°, da Constituição Federal.

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”, observou.

Para ele, “a responsabilidade subsidiária não decorre, na espécie, da existência de uma relação de emprego entre o tomador e o seu prestador, pessoa física” e sim da culpa in contrahendo, nas suas modalidades específicas in eligendo e in vigilando, “por força da incorreta escolha da empresa prestadora de serviços”.

Nesta condição, até por força do convênio celebrado entre a prefeitura e a APAMI, o município deveria fiscalizar o integral cumprimento das obrigações trabalhistas por parte da entidade, já que poderia condicionar os pagamentos à comprovação com suas obrigações.

Baseado no que diz o item IV da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho – o inadimplemento das obrigações laborais, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações – o desembargador reconheceu que o município “não o fez e incorreu em culpa in vigilando.”

Em sua decisão, Eridson Medeiros destacou, ainda, que a responsabilidade do tomador de serviços é fiscalizar a atuação da prestadora, “independendo da alegação (ou evidência) de inidoneidade da empresa contratante direta da força de trabalho”.

Por unanimidade, os desembargadores da 2ª Turma de Julgamentos do TRT-RN acompanharam o relator negando o recurso do município de Campo Redondo e mantendo a condenação original da Vara do Trabalho.

Recurso Ordinário nº 62500-84.2013.5.21.0019

TRT-RN
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Tenho relatado no blog a obrigatoriedade de se fiscalizar as relações existentes entre as prefeituras e entidades com as quais celebram convênios. 

Quem achava que estava exagerando? O TRT-RN deu mais um motivo para verificação minuciosa das entidades beneficiárias de convênios. 

UERN: governo e reitoria já apresentaram proposta aos sindicatos (ADUERN e SINTAUERN) e assembleias devem ocorrer ainda esta semana

“Nesse momento, digo aqui a todos os presentes que a negociação sobre a campanha salarial está avançada e pronta para repassarmos aos presidentes da ADUERN e do SINTAUERN, para que estes encaminhem para apreciação nas assembleias”. Com esse trecho do discurso proferido na Assembleia Universitária de 46 anos da UERN, nesse domingo, 28, o reitor Pedro Fernandes anunciou que o governo já tem a resposta para o reajuste de 57,53% pleiteado pelos professores e técnicos administrativos.
A governadora Rosalba Ciarlini também destacou na solenidade, que Governo e Reitoria estavam finalizando os entendimentos sobre a campanha salarial e que já existe uma proposta.
Os resultados da campanha salarial foram apresentados na manhã desta segunda-feira, 29, aos presidentes da Associação dos Docentes (ADUERN), Valdomiro Morais; e Sindicato dos Técnicos Administrativos, Rita de Cássia Negreiros. O reitor detalhou sobre o que ficou acordado na última rodada de negociação, que ocorreu na semana passada com o Conselho de Política de Administração e Remuneração de Pessoal (COARP) quando ele, o Vice-reitor Aldo Gondim. e o Pró-Reitor de Planejamento e Finanças, Wogelsanger Oliveira defenderam a proposta única de reajuste salarial dos servidores.
Além de apresentar a conclusão da negociação aos dirigentes das entidades, a administração encaminhou documento à ADUERN e SINTAUERN oficializando os entendimentos com o Governo do Estado.
Considerando que a proposta do governo não pode ser divulgada antes da apreciação dos servidores, o que acontecerá nas assembleias das duas classes, o reitor disse estar otimista. “Espero que as assembleias tenham a percepção do momento e das conquistas”, adiantou.
Para o reitor Pedro Fernandes, o fim das negociações não encerra a luta por melhores salários na UERN. Ele lembra que a partir da aprovação pelos servidores nas assembleias, será iniciada uma nova e decisiva etapa para consolidação do reajuste salarial na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o que exige uma ampla mobilização dos segmentos universitários.
Antecipação – O presidente da ADUERN, professor Valdomiro Morais, disse acreditar que, com a resposta do governo, a entidade deve antecipar a assembleia geral marcada para o dia 7 de outubro. “Escolhemos essa data porque acreditávamos que poderíamos não ter resposta antes desse prazo. Mas, agora que já dispomos do resultado da negociação dos sindicatos intermediada pelo reitor, vamos antecipar nossa apreciação”, afirmou.
A presidente do SINTAUERN, Rita de Cássia, também não vê motivos para manter a data de 9 de outubro para a assembleia geral. Para ela, os técnicos administrativos devem também se reunir antes. A data provável é 2 de outubro. A confirmação será feita pela ADUERN e SINTAUERN.
UERN

Portalegre: SINTE-Portalegre apresenta informações ao MP

O Professor Elismar, representante dos professores da Rede Municipal, tem feito o seu trabalho com dedicação.

Já escrevi aqui que o Sinte-RN – Coordenação Estadual deveria se interessar mais pela causa dos professores portalegrenses, mas o trabalho desempenhado por Elismar merece todo o reconhecimento.

E para demonstrar comprometimento com a causa da educação portalegrense o Professor Elismar encaminhou esclarecimentos a representante do MP sobre a real situação da categoria.

O Professor Elismar pediu a ajuda da representante do MP em Portalegre, Promotora Thatiana Kaline Fernandes e apresentou alguns esclarecimentos sobre o descumprimento da Lei que estabeleceu o Piso Salarial para os professores:

“[...] afirmamos que o Município tem ciência que está inadimplente com o reajuste do Piso Nacional dos Professores, já que a diferença do piso acumula 22,22% do ano de 2012 e mais 7,98% do ano de 2013, totalizando 30,2%, diante do fato, percebe-se ausência do que determina o artigo 5o da Lei 11.738, de 16 de junho de 2008.”

As perdas salariais que os docentes vêm enfrentando são significativas. Estão deixando de receber quase um terço dos salários, mas essa situação não tem sido suficiente para convencer o gestor municipal.

Alguns salários de professores superam o montante estabelecido no Piso com a contabilização das vantagens conquistadas através do Regime Jurídico Único e do Plano de Cargos, Carreiras e Salários e isso contraria a Lei. 

O Piso tem que ser a remuneração básica e acrescida das vantagens, conforme salienta o professor Elismar:

“A Lei Municipal 232/2009-GP/PMP Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCCR) está na atualidade praticamente paralisado, cito a não concessão da promoção horizontal, progressão vertical e títulos, e que o Administrador do Município está utilizando dos direitos garantidos nas Leis Municipais, nº 181/2007- GP/PMP Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Município de Portalegre para chegar ao valor do Piso Salarial Nacional, contradizendo o que determina a Lei Federal 11.738/2008, Art. 3o § 2º [...]”.

A representante do MP, certamente, analisará a situação descrita pelo professor Elismar e tomará as medidas necessárias, pois se o MP esperava ser provocado para agir, agora, dispõe de informações concretas e da notícia que direitos estão sendo desrespeitados pela gestão.

O professor Elismar faz uma pergunta que tenho repetido aqui a exaustão. A gestão alega que não pode pagar o Piso Salarial por se encontrar acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal...

Desde 2012 que os professores têm perdas salariais e a alegação é a mesma. O que fizeram para cumprir as exigências da própria LRF?

O mais comum é realizar contratações e mais contratações de servidores temporários e isso é um acinte. Não pode pagar aos professores, mas podem contratar temporários?

Ora, ora, ora... Santa paciência!

Em 2012, o MP fez a Recomendação 005/2012. O que aconteceu? Nada.

O juiz de Portalegre já determinou em sentença que o município deveria colocar dotações orçamentárias no orçamento de 2013 para pagar o Piso dos professores. O que ocorreu? Nada. Determinou multa de R$ 500,00 por dia de descumprimento da decisão e?

Este ano o prefeito celebrou acordo, com a presença do MP, para pagar o Piso a partir de fevereiro deste ano. O que ocorreu? Nada.

Parece que as decisões do juiz portalegrense são solenemente ignoradas. Uma após a outra.

No acordo, homologado por sentença judicial com trânsito em julgado, dizia-se que a prefeitura teria que comprovar com documentos o cumprimento do acordo. Estabeleceu prazo para o envio dos documentos. Isso foi feito?

Se foi, pode-se dizer que a documentação enviada, quando confrontada com as informações prestadas pelo professor Elismar, contêm erros.

Se a documentação não foi enviada no prazo estabelecido no acordo, o que fez o MP?

A situação em Portalegre beira o inacreditável. Processos seletivos em borbotões foram realizados pela prefeitura, contratações temporárias e mais contratações temporárias e o limite da LRF não foi lembrado?

Vejam o pedido que o SINTE-Portalegre fez a representante do MP:

“Diante das circunstâncias expostas, solicitamos ao Ministério Público averiguar os contratos efetivos ou temporários no período de 2012 a 2014.”

Acredita-se que a Promotora Thatiana Kaline Fernandes adote as providências necessárias para analisar as diversas contratações temporárias do período 2012-2014 e verificar que a LRF não impediu a celebração de diversos contratos precários.

A promotora poderia verificar também o que diz o relatório da comissão de transição sobre o assunto, analisar a concessão de funções gratificadas, a criação de cargos comissionados.

Leiam:
“Histórico de Reajustes do valor do Piso Nacional do Magistério até 30 horas (situação de Portalegre/RN).
3- Anexo I (ano 2010) reajuste 7,86% (Município reajustou salário)
4- Anexo II (ano 2011) reajuste 15,84% (Município reajustou salário)
5- Anexo III (ano 2012) reajuste 22,22% (Município não reajustou salário)
6- Anexo IV (ano 2013) reajuste 7,98% (Município não reajustou salário)
7- Anexo V (ano 2014) reajuste 8,32% (Município reajustou salário)”.

Observe que o reajuste de 8,32% realizado em 2014, mas com uma defasagem de mais de 30% acumulada em 2012 e 2013, tem um impacto menor sobre o salário.

Tem mais...

O tratamento desrespeitoso com os docentes portalegrenses fica nítido em mais um episódio.

Os servidores têm direito a promoção horizontal e desde 2010 esperam a constituição de uma comissão, através de ato administrativo da prefeitura, para analisar os casos. O sindicato indicou os membros e aguarda pacientemente a oficialização da comissão.

E, pasmem, a gestão alega que não pode pagar as promoções por que a comissão não funcionou. 

Ora, ora, ora... Santa paciência!

Eis o modus operandi estabelecido e o tratamento oferecido aqueles e aquelas que têm a missão de educar as novas gerações de portalegrenses.


ISSO É UMA VERGONHA!!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Portalegre: divulgação de resultados fiscais referentes a janeiro-agosto de 2014

Alguns apontamentos:

- A previsão orçamentária da prefeitura, mais uma vez, não será atingida. Aliás, não chegará nem perto. Tinha como previsão: R$ 31.540.500,00.

Escrevi sobre isso no início do ano:

"Tem mais: como o prognóstico econômico existente na Lei considera uma perspectiva significativa de desaquecimento da atividade econômica para 2014, então, porque o Orçamento de 2014 cresceu tanto em relação ao ano de 2013?


Partindo-se de análise tão inconsistente, aumentam-se as chances de equívocos." (AQUI)

- Como é estabelecido um percentual de suplementação orçamentária, geralmente, de até 30%, ou seja, tem-se liberdade para fazer movimentações superiores a nove milhões, o que, na prática garante uma administração orçamentária sem quaisquer sobressaltos.

- Receita corrente líquida realizada até agosto: R$ 13.227.311,03.

- Despesas liquidadas até agosto de 2014: R$ 7.037.463,02.

Observa-se uma situação bastante confortável, no aspecto fiscal, da prefeitura.

- Despesas liquidadas na saúde até agosto de 2014: R$ 1.825.601,77.

Sabe qual foi a previsão inicial de despesas na saúde?

R$ 6.486.500,00

Assim, em oito meses não foi realizado nem 30% do que se previu para o ano de 2014.

O que não foi realizado, embora tenha sido planejado:

Vigilância sanitária – previsão de despesas: R$ 86.000,00. Realizada: zero

Saneamento - previsão de despesas: R$ 2.620.000,00. Realizada: zero.

Atenção básica - previsão de despesas: R$ 4.734.300,00. Realizada: R$ 1.606.982,43.

Na área de assistência social - previsão de despesas: R$ 1.380.500,00. Realizada: R$ 342.212,76.

Assistência ao idoso - previsão de despesas: R$ 41.000,00. Realizada: zero

Assistência ao portador de deficiência - previsão de despesas: R$ 25.000,00. Realizada: zero

Assistência a criança e ao adolescente - previsão de despesas: R$ 527.500,00. Realizada: R$ 97.844,29

Habitação - previsão de despesas: R$ 1.100.000,00. Realizada: zero

- Receitas aplicadas na educação até agosto de 2014: 20,25%. 

O mínimo exigido para que as prefeituras apliquem na educação é de 25%. Por enquanto, a prefeitura ainda não se aproximou do MÍNIMO exigido.

É bom lembrar que 25% é o percentual mínimo. Aqueles que priorizam a educação aplicam bem mais que isso.

Não foi possível detalhar as despesas da educação, pois não foi publicado o Relatório Resumido do Fundo Municipal de Educação.

Os dados apresentados foram retirados de publicações da própria prefeitura: AQUI, AQUI e AQUI.

atenção prefeitos: Publicação Subsídios para a criação de museus municipais deve auxiliar prefeituras

A publicação técnica Subsídios para a criação de museus municipais foi lançada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O material traz um conjunto simplificado de conceitos, reflexões e sugestões, que poderão ser utilizados como ferramenta básica para os projetos de criação de museus. 
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) recomenda o material. Segundo a entidade, ele  fornece pistas e sinaliza certos caminhos que precisarão ser trilhados pelas equipes responsáveis pela implantação e gestão dos museus municipais. 
A publicação é um instrumento de disseminação e divulgação de informações sobre novos processos museais em instituições municipais públicas, privadas ou mistas. 
Acesse a publicação aqui 

CNM

domingo, 28 de setembro de 2014

taboleiro grande: trabalhadores executam obras no esgoto da cidade sem equipamentos de proteção

Prefeitura de Taboleiro Grande realiza obras para acabar com os esgotos na cidade. Ótima notícia? É claro que sim, mas...

Observem que se justifica a obra para EVITAR DOENÇAS. E as fotos demonstram os trabalhadores executando os serviços sem EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (botas, luvas, capacetes, etc.).

A primeira foto demonstra um operário com o pé dentro do esgoto, usando apenas sandálias e, evidentemente, exposto aos riscos de contrair diversas doenças.

Obra digna de aplausos (eliminação de esgotos), mas executada sem a devida proteção para os funcionários.

Leiam a matéria a seguir:




A Prefeitura Municipal de Taboleiro Grande-RN através da Secretaria de Obras, está trabalhando para acabar com os esgotos a céu aberto das ruas de nossa cidade. O Secretário de Obras Tarcisío Bessa ressalta a importância de realizar trabalhos na área de Saneamento Básico, acabando com os esgotos a céu aberto da cidade, trazendo assim melhorias e buscando evitar doenças.




Mesmo nossa cidade tendo sido contemplada com o Saneamento Básico, a Prefeita Klébia Bessa (PSD) optou por começar a fazer com recursos próprios em alguns pontos da cidade em que o problema é mais grave, em quanto nosso município aguada o saneamento chegar.




Fonte: Blog Taboleiro Grande News

pau dos ferros: comício ontem à noite

O prefeito pau-ferrense, Fabrício Torquato, e demais lideranças políticas recepcionaram a caravana política do deputado estadual, Getúlio Rêgo.

Marcaram presenças também o Bacurau-Mor, Henrique Alves, o filho de José Agripino, Felipe Maia, o ex-prefeito, Leonardo Rêgo, a vice-prefeita, Zélia Rêgo e os vereadores: Eraldo Alves, Gugu Bessa, Bolinha e o Gordo do Bar.

Numa eleição marcada pelo desinteresse e com movimentações políticas pouco concorridas, pode-se dizer que a passeata/comício de ontem foi um grande sucesso.


pesquisa seta/nominuto: 31,6% dos eleitores não têm candidato para governador

Reprodução/Gráfico/Seta
Na pesquisa estimulada, Henrique tem 33%, e Robinson aparece com 32,3%.
SELO_ELEICAO
Os candidatos Henrique Eduardo Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD) estão praticamente empatados na corrida para o governo estadual, informa a Seta/Nominuto divulgada neste domingo (28). Na pesquisa estimulada, Henrique tem 33%, e Robinson aparece com 32,3%.

Robério Paulino (PSOL) tem 1,9%. Araken Farias (PSL) e Simone Dutra (PSTU) têm o mesmo percentual, 0,6%.
Brancos e nulos somam 22,8%, e indecisos (não sabe) totalizam 8,8%.
Espontânea
Na espontânea, Henrique aparece com 27,5% das intenções de voto, seguido por Robinson com 26,5%, diferença de apenas um ponto percentual.
Robério tem 1,6%. Simone tem 0,4%, e Araken, 0,2%.
gov_espon_7702
Brancos e nulos somam 18,8%, e indecisos totalizam 25%.
Segundo turno
Na simulação de segundo com os dois mais votados, Henrique e Robinson também estão empatados. O candidato do PMDB tem 35,4%, contra 35,2% dados a Robinson.
gov_segundo_770
Brancos e nulos somam 20,5%, e indecisos são 8,9%.
Rejeição
No quesito rejeição, Henrique lidera com 26,9%. Robinson é rejeitado por 15,5% dos entrevistados da Seta/Nominuto.
Robério Paulino tem rejeição de 6,2%; Araken de 4,5%; e Simone tem de 3,6%.
Brancos e nulos somam 23,2%, indecisos são 20,1%.
gov_rejei_7702
O Instituto Seta de Pesquisas ouviu 1.700 eleitores entre os dias 23 e 25 de setembro nas principais regiões do Estado do Rio Grande do norte. A margem de erro da pesquisa é de 3% para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa Seta/Nominuto foi registrada no TRE sob o protocolo RN 00035/2014.
Confira a seguir o quadro da pesquisa estimulada para o governo por região:
gov_estim_regiao_770
do Portal Nominuto

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Portalegre: secretaria municipal de saúde já repassou mais de R$ 110 mil a maternidade em 2014

A Secretaria Municipal de Saúde já repassou, conforme dados do Portal da Transparência da Prefeitura, o montante de R$ 117.073,83 para a Maternidade (ASSOC PROTECAO E ASSIST A MATERN - APAME) em 2014.

Os recursos repassados pela SMS devem servir para a realização de 
serviços a população portalegrense.

Tanto o Conselho Municipal de Saúde quanto os vereadores devem 
fiscalizar o uso dos recursos.

Vejam AQUI

Ainda sobre a saúde, observem os empenhos para pagamento dos médicos que atendem no PSF:

ALECIO UMBUZEIRO BOMFIM - VALOR EMPENHADO R$ 100.038,30

FRANCISCO NILTON PASCOAL FIGUEIREDO - VALOR EMPENHADO R$ 106.150,00

NATASHA SANCHEZ BOUZA - VALOR EMPENHADO R$ 13.740,12

Portalegre: de volta ao piso salarial dos professores

A sentença que homologou acordo celebrado pelo prefeito portalegrense para pagar o piso salarial dos professores foi bem clara quando estabeleceu a condição para a prefeitura repassar ao MP os documentos necessários para comprovação do acordo. Estabeleceu prazo para isso ocorrer.

Perguntas: o prazo foi cumprido? O que ocorreria com um cidadão comum que não cumprisse um prazo estabelecido pelo judiciário?

O processo se encontra com a representante do MP desde o dia 23-09 "[...] para manifestar-se acerca da petição de fls. 201/202 e documentos que a acompanham devendo, na ocasião, requerer o que entender de direito."

A representante do MP ainda não se posicionou [ainda não existe registro no site], mas existe uma série de comentários desencontrados que indicaria uma suposta atitude do MP para pedir o arquivamento da ação. Não creio em algo assim.

Para tal absurdo ocorrer teríamos que considerar uma situação em que a prefeitura tivesse apresentado 'argumentos' demonstrando o pagamento do piso salarial aos professores.

E até as rãs da Bica 'sabem' que os professores deflagraram uma greve, dentre outras coisas, por não receberem o PISO SALARIAL.

E não é demais relembrar que o PISO tem que ser o salário base e não o salário de alguns dos servidores que já incorporaram vantagens e podem até receber acima do Piso estabelecido.

Acreditar em algo dessa natureza seria como aceitar a possibilidade de a prefeitura tentar induzir o MP e o Judiciário a erro e NÃO creio que isso seja possível, pois o gestor de Portalegre, embora resistente ao pagamento do PISO SALARIAL DOS PROFESSORES, NÃO agiria de tal forma. Não creio nessa hipótese.

Um comentário (boato?) chamou minha atenção, pois sugere que o professor Erismar (Coordenador do SINTE-Portalegre) teria procurado a representante do MP para entregar cópias de contracheques de professores e, supostamente, evitar o arquivamento da ação.

Bem, não sei se uma onda de boatos e informações desencontradas está ocorrendo, mas os docentes podem conversar com o Professor Erismar ou procurar a promotoria para se inteirar da situação.

Para encerrar.

Palavra do MEC sobre a questão:
"A Lei do Piso determina o cumprimento do seu valor como vencimento básico para os profissionais de nível médio modalidade Normal para uma jornada de 40 horas semanais. Todas as normas sobre remuneração, para além disso, deverão estar previstas em legislação específica do ente federativo.

A integralização do valor do piso salarial deu-se a partir de 1º de janeiro de 2010. Desde essa data não há mais possibilidade de somar as gratificações ao vencimento básico para obter o valor do piso.
Nesse caso, devem ser resguardadas as vantagens daqueles que percebem valores acima do referido na Lei do Piso. Tudo de acordo com as condições estabelecidas no Plano de Cargos e Salários dos profissionais do magistério, vigente no estado (ou município).
O piso salarial profissional nacional do magistério público será atualizado, anualmente, a partir de do mês de janeiro, conforme prevê a Lei nº 11.738/2008. Como se trata de uma lei federal ela tem que ser cumprida pelos entes federativos."

Caso alguém tenha informações sobre a situação e queira fazer esclarecimentos garantimos o espaço e a publicação.