segunda-feira, 15 de junho de 2015

Políticos do RN: resolve-se tudo no "gogó" para, de fato, não se resolver nada

Não será por falta de problemas que os políticos potiguares ficarão sem discursos. Para todo canto que se olhar, logo, serão identificadas variadas dificuldades.

Temos um Aeroporto subutilizado? Sim. Que solução nossos políticos defendem para maximizar a utilização da infraestrutura? Gastar saliva.

O Aeroporto foi considerado pela TAM como um dos destinos prováveis para implantação de um hub regional. O Aeroporto potiguar disputa o investimento com os aeroportos de Recife e Fortaleza. 

O governo pernambucano, ao que tudo indica, não promoveu significativos esforços para receber o investimento e concentra suas energias na ampliação de investimentos no porto de Suape.

O governo cearense se mexeu e fez um gol de placa. Conseguiu através de ação política protagonizada pelo governador inserir o Aeroporto de Fortaleza no pacote de privatizações do governo federal. Já escrevi antes que a sinalização parece clara: o governo federal apoia a iniciativa cearense para atração do hub e, por isso, afirmei que já perdemos essa disputa.

Bem... O que fizeram nossos políticos? Proativamente, que se saiba, quase nada. A posteriori, ainda meio atordoados, ensaiam uma reação. Na verdade, buscam uma saída honrosa para fatiar o provável fracasso e assim, no futuro, empurrar a "culpa" uns para os outros.

O Aeroporto não tem acessos. Isso mesmo! Conseguimos a proeza de finalizar um aeroporto que não é ligado por estrada e/ou ferrovia. Com tal "cartão de apresentação" pretendem gastar saliva para convencer a empresa de que o Aeroporto potiguar é o melhor destino para realização de investimentos.

O poder persuasivo de nossos representantes será colocado a prova, principalmente, pela divulgação dos "pesados" investimentos realizados nos primeiros quatro meses de 2015: R$ 37,9 milhões até abril. O governo pernambucano investiu: R$ 227,1 milhões, o cearense R$ 390,7 milhões. Levamos uma lavada também do governo paraibano R$ 170,7 milhões. (com informações da Folha.com)

Leiam:
"'Aqui não é política de governo. Estamos aqui tratando de política de Estado, que é uma coisa muito maior e todos tem o seu papel para contribuir', disse Robinson, afirmando que o momento não é só de oferecer ideias, mas de se unir ao Poder Executivo.

'Essa vitória do hub da TAM interessa a toda a população. Eu não tenho vaidade nenhuma, como governador do Estado, de ser o pai da vitória do hub da TAM. Eu quero que o Rio Grande do Norte seja o pai dessa vitória. Eu quero dividir com a sociedade essa luta, e tenho convicção que seremos vitoriosos', disse o governador, realçando a importância da união com deputados e senadores.

'Eu quero dividir com a bancada essa vitória, não quero que o governo ganhe sozinho. O governo não tem esse papel egoísta e vaidoso. Ao contrário, o governo abre as portas, convoca a todos para todos trabalharem juntos', declarou Robinson Faria." (blog Thaisa Galvão)

O governador busca apoio dos "mestres do gogó" para converter o fracasso provável numa virada nos acréscimos. Sabedor que a turma é prolixa na concepção de "ideias" que nunca se convertem em ações concretas já advertiu: não preciso de "ideias", mas de união.

União? Creio que não seja suficiente, mas o governador quer compartilhar a "vitória" do hub com todos. Informou que o governo não é "egoísta" nem "vaidoso"...

Alguns, como Henrique Alves, já sentiram o cheiro de queimado e se escafederam. Não acreditam que o governo queira compartilhar a "vitória", mas servir fatias do retumbante, e cada vez mais provável, fracasso.

Leiam o que disse Garibaldi Alves na tal reunião sobre o hub:
"'Politicamente não vejo qualquer preocupação. Não tenho dúvida que faremos o melhor pelo RN. E que é que falta? Precisamos ser objetivos. Constituir um grupo de trabalho, que já existe mas precisa ser formalizado. Com aval dessa reunião esse grupo terá força. Com isso, não há dúvidas que teremos investimento e os empregos gerados. Isso, num momento de crise nacional. O governador está sendo testemunha da união do RN, que é um estado pequeno mas forte', falou.Grifei os trechos. 

"Ser objetivo" e "criar comissão" são termos contraditórios. Creio que um secretário do atual governo já disse: quando não se quer fazer nada, o melhor que se pode fazer é criar uma comissão (ou grupo de trabalho). Teremos investimentos? Empregos? Num cenário de crise? Estado pequeno e forte?

Haja "gogó"...

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