quinta-feira, 25 de junho de 2015

rn: secretaria "criou" lista de prioridades para concessões. creio que não serve nem como "factoide"

“Quando o ministro anunciou o plano e deixou aberta a entrada de novos projetos, nós corremos atrás. As concessões têm projetos viáveis ou não e quem decidi isso é o empresário, o empreendedor privado que procura os projetos lucrativos, mas temos projetos. Para ser privatizado, tem que ter alta demanda. Vamos defender as concessões, mostrar os projetos, o que existe para que o empresário, depois, faça análises e o estudo de viabilidade”, justificou.
O secretário da Sedec detalhou o Plano de Investimento e Logística que será apresentado aos ministros em Brasília com investimentos em quatro setores: porto, ferrovias e rodovias. Os projetos têm sugestões da Companhia de Docas e da Federação das Indústrias do RN.
Portos
Na apresentação, será abordada a ampliação com aprimoramento logístico terrestre aquaviário para o escoamento a granéis de combustíveis e minerais. 
É previsto a construção do Porto do Mangue, em Porto do Mangue, em formato offshore, ou seja, longe da costa. Seria uma plataforma de 12 km, com uma fenda natural, com capacidade de receber navios de 170 mil toneladas, nos 92 hectares. Para que o porto seja viabilizado, também haverá de ter a concessão de ferrovia e uma termoelétrica. O tempo da obra seria de três anos.
Um novo porto em Natal também será apresentado. Localizado no outro lado do rio Potengi, o terminal seria o mais bem abrigado do Nordeste, sem interferência de vento e das águas, podendo receber qualquer navio cargueiro. O porto teria 2.500 metros de extensão, 600 metros de retroárea, o canal teria 250 metros de largura e 19 metros de profundidade. Para a entrada de navios de grande porte, a Ponte Newton Navarro deverá ter as defensas, que será incluída no projeto de concessão. 
Além disso, para viabilizar o projeto, existe a obrigatoriedade de construção da terceira ponte, um ramal ferroviário e uma rodovia de acesso. Neste projeto, é previsto um parque como compensação ambiental, que de acordo com Paulo Cordeiro, teria os moldes do Central Park, de Nova York. Só o novo Porto de Natal custaria R$ 1,5 bilhão e toda a obra, seria um investimento de 1 bilhão de euros.
Ferrovias
Com orçamento de R$ 3 bilhões, o projeto de ferrovia contempla duas rotas para carga de granel e containers para transporte de minério, petróleo e grãos. 
A rota 1 – Norte/Sul, consiste no trajeto Porto do Mangue – Jucurutu – Cruzeta para escoamento de mineral. 
A rota 2  – Oeste/Leste, abrangeria Mossoró – Assu – Natal, com ramais para Areia Branca, Caraubas, Governador Dix-Sept Rosado e Guamaré, que teria uma característica multimodal, além de carregar minérios, carregaria frutas, produtos da agricultura, sal embalado, cerâmica, revestimentos. Minerais como calcário, feldspato, sal, ferro,tungstênio, em abundância na região, além do petróleo produzidos em Guamaré, seriam transportados pelas ferrovias.
Rodovias
O alvo principal do Governo do Estado a BR-304, no trecho Natal-Mossoró, com 280 quilômetros. O investimento seria de aproximadamente R$ 1 bilhão e por ser administrado pela iniciativa privada, seria cobrado uma taxa de pedágio.
Negociações
O secretário Paulo Roberto Cordeiro afirmou que está participando de várias rodadas de negociações e que os principais investidores nesses projetos seriam estrangeiros, já que os investidores brasileiros sofrem com a crise.
“Estou trabalhando nesses projetos desde fevereiro e estou conversando com grupos de chineses, já que por um acordo entre o governo brasileiro e chinês, a China irá investir 50 bilhões de dólares no Brasil. Estou conversando com três grandes grupos chineses estamos bem avançados”, afirmou.

No dia 30 de junho, o secretário irá para São Paulo apresentar aos chineses a proposta do Porto de Natal.

PORTAL NO AR
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Portos
O porto em formato offshore, ou seja, em que barcaças de menor porte transportam as cargas até um local da costa e transfere para navios maiores, requer investimentos mais modestos e, desde o governo anterior, especula-se sobre tal possibilidade.

Tinha-se que a atração de um investidor privado para tal empreendimento pressupunha o crescimento do setor de extração de minérios.

Não creio que o cenário econômico atual sugira expansão significativa para tornar o projeto atrativo. Mais ainda, considerando-se a necessidade de uma termelétrica e de uma ferrovia.

Um segundo Porto em Natal
Que impactos produziria no porto existente?
Ao invés de um, provavelmente, teríamos dois portos inviáveis.
Que impactos produziria no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?

A necessidade de construir outra ponte, defensas para a atual ponte, ferrovia, uma rodovia e... Pasmem: uma espécie de réplica do Central Park de Nova York. Isso é realmente sério? Ninguém tem 1 bilhão de euros para fuxico.

Não é crível supor viabilidade para tal empreendimento.

Ferrovias
A Rota 1 se vincula ao Porto offshore. O "projeto" total é pouco provável de sair do papel. Em 2014, a SEDEC considerava o transporte de minérios por rodovias e, mesmo assim, nem projeto foi estruturado.

A Rota 2
Compatibilizar o carregamento de tão diferentes cargas, certamente, encarece a operação. Também evidencia a falta de produção em quantidades significativas de alguns dos ramais. Não diria que é completamente inviável, mas a possibilidade de atração de investidores é baixíssima.

Rodovias
A BR 304 (Natal-Mossoró) terá que concorrer com trechos que serão oferecidos e são bem mais rentáveis. Baixa probabilidade de atrair algum interessado.

Chineses
Investidores chineses? É bom lembrar que a prioridade dos chineses, salvo melhor juízo, é viabilizar uma saída estratégica (para eles) pelo Pacífico. Chinês não rasga dinheiro.

Conclusão
Como disse o secretário, ao menos "temos projetos". Já atrair algum interessado... 

Aí é querer demais!!!

Outro ângulo: essa tentativa de entrar no PIL 2 quase à força não pode tirar o foco do governo. A prioridade tem que ser o hub da TAM.

E como eu acredito que já perdemos o hub da TAM, tem-se que considerar essa adesão forçada ao PIL 2 como uma mudança de rumo para "nublar" o fracasso.

Substituir uma "derrota mais do que presumida" por um "factoide".

Será?

Torço para errar tudo que escrevi...

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