Os poucos leitores do blog sabem que a Transposição das águas do rio São Francisco para o RN é, até a presente data, lorota.
A TN publicou uma reportagem sobre o assunto que se aproxima do que tenho tratado aqui no blog. Por isso vou fatiá-la.
Texto reproduzido (preto) e comentários (azul).
Os 115,5 quilômetros de ramais condutores de água que incluem o Rio Grande do Norte no Projeto de Integração do São Francisco só deverão ficar prontos no final de 2018.
Pode-se afirmar que o RN receberá água do São Francisco no final de 2018? Não. Todos os cronogramas foram descumpridos. Todas as projeções para entrega dos trechos foram erradas.
O MIN tem como regra não cumprir os cronogramas que estabelece. Nem cronograma de licitação consegue cumprir, conforme constata a reportagem no trecho a seguir:
No cronograma inicial, o mês de maio passado era a referência para a deflagração do processo, o que não ocorreu. Uma das causas, não confirmada pelo Governo Federal, teria sido o corte no orçamento do MIN em R$ 2,2 bilhões. A nova previsão é de que a licitação seja aberta no segundo semestre deste ano e as obras consumam até 36 meses.
Sem projetos executivos concluídos, tampouco valores orçados, a data de abertura do processo licitatório para apresentação de propostas e início da execução das obras foi adiada pelo Ministério da Integração Nacional (MIN).
Já escrevi várias vezes que não existe, absolutamente, nada de concreto para a Transposição chegar ao RN. A verdade é que não existe projeto, nem orçamento e com o "ajuste fiscal" não se tem nem perspectiva.
Iniciadas em 2005, as obras de Transposição do Rio São Francisco estão orçadas em R$ 8,2 bilhões, conforme levantamento mais recente do MIN, datado de maio passado.
Após dez anos de obras, tem-se como única certeza para o RN: a incerteza. Outra constatação: a classe política potiguar é fraca e alheia aos reais interesses de nosso estado. Quando se interessam por alguma "causa" é apenas para fazer "média" e produzir factoides para a mídia.
Em levantamentos iniciais, o ramal que deverá carrear água da Barragem Caiçara, no município paraibano de Cajazeiras, para o Rio Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte, custaria R$ 1,2 bilhão.
O Rio Piranhas-Açu que alimenta a Barragem Armando Ribeiro também recebe água do sistema Mãe-D'água/Coremas (PB) e uma comissão do senado, composta por senadores paraibanos, cearenses e pernambucanos (não tem nenhum potiguar) já discute uma proposta de Raimundo Lira (PMDB-PB) para uma nova ligação do Eixo Norte para perenizar o rio Piancó e atender Coremas e o excesso do sistema paraibano atender a barragem de Açu.
Conforme detalhamento da assessoria de imprensa do MIN, “o orçamento das obras do Ramal Apodi está em elaboração pela equipe técnica e será divulgado no edital de licitação do empreendimento”.
Esse ramal para alimentar o rio Apodi é só blá-blá-blá. Não existe nada de concreto. O cenário atual é que não sairá do papel no governo Dilma.
O Ministério espera entregar os primeiros trechos, de um total de seis até agora iniciados, a partir deste ano com previsão final para 2017.
É provável que alguns municípios pernambucanos sejam beneficiados em 2017.
No estado da Paraíba, as obras relativas à Transposição estão 82% concluídas.
O Eixo Norte que chega a Paraíba, via Ceará, tem obras avançadas em solo paraibano e de apenas 50% no solo cearense. Pode-se concluir o trecho paraibano, mas terá que aguardar as obras no Ceará.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira, acompanhado de deputados estudais potiguares e paraibanos, visitou o canteiro de obras e constatou o quanto o Rio Grande do Norte está atrasado neste empreendimento em relação ao vizinho paraibano. Ezequiel Ferreira, juntos aos deputados estaduais e federais potiguares, paraibanos, cearenses e pernambucanos, deverá marcar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para cobrar celeridade na execução da obra e ligação dos ramais de condução de água.
Ainda bem que o sol paraibano desencadeou algumas sinapses no deputado potiguar...
A população do estado potiguar deverá ser atendida a partir de duas entradas das águas transpostas. A partir do Reservatório Eng. Ávidos, em Cajazeiras (PB), ocorrerá a perenização natural do Rio Piranhas-Açu, com represamento nas Barragens de Oiticica, ainda em construção, e na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, com capacidade para armazenar 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.
Tenho dúvida que isso ocorra ainda no governo Dilma.
A partir do Ramal do Apodi, cuja construção não tem [data] de início, as águas da Transposição serão acumuladas nas barragens de Santa Cruz do Apodi e Pau dos Ferros, que deverão abastecer 44 municípios potiguares.
Tenho convicção que isso não ocorrerá no governo Dilma.
“A Transposição irá trazer benefícios para o estado, muito por causa da segurança hídrica para as regiões Seridó e Oeste”, avaliou o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Mairton França.
Caso existisse alguma coisa para o Oeste, mas "non ecziste" como diz o Padre Quevedo.
O Ramal do Apodi, conforme detalhado pelo MI, prevê a construção de canais, túneis, aquedutos e barragens. A Semarh, porém, sugeriu que o Ministério da Integração Nacional substitua o canal por uma adutora, para diminuir o custo e o tempo da obra, além de proporcionar melhor controle da água que é conduzida, evitando roubos e perdas excessivas com a evaporação. O pleito está sob análise do Ministério.
O titular da SEMARH pactou a substituição do Canal por uma Adutora?
A obra do Ramal do Apodi foi "vendida" como uma realidade, quando se sabia que nem projeto existia (nem existe ainda). Agora, a mudança sugerida pelo secretário, que representa a posição do governo estadual, muda significativamente as perspectivas e o alcance da obra.
A proposição do secretário é o reconhecimento de que os nossos políticos não terão força, nem representatividade, para viabilizar a obra que significaria a revitalização do rio Apodi.
Lamentável...
Lamentável...
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