A LATAM anunciará ainda este ano a sede do hub que implantará no Nordeste. Estão na disputa: O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante-RN, o Aeroporto de Fortaleza-CE e o Aeroporto de Recife-PE.
A decisão envolve os aspectos técnicos, econômicos e, acredito, políticos.
Sobre o componente técnico:
Quando as empresas vão escolher um local para construir suas sedes, levam em consideração dois aspectos principais: a distância em relação às matérias-primas e aos seus mercados consumidores. Mas, no caso de um hub de passageiros e cargas isso é diferente, pois os hubs são pontos de conexão de passageiros e cargas que estão no meio do caminho entre as empresas e os seus mercados.
(Carlos Alberto F. Medeiros é Doutor em Administração pela FEA/USP, Coordenador do Curso de Administração da UFRN e professor da disciplina de Logística Empresarial.)
O hub requer espaço para instalação dos operadores logísticos em seu entorno.
A LATAM tem um hub em Brasília e a empresa concessionária que opera o Aeroporto é a Inframérica. A empresa é a mesma que opera o aeroporto de São Gonçalo do Amarante-RN.
O Aeroporto potiguar tem espaço, uma operadora privada, localização estratégica e capacidade ociosa. Pontos para São Gonçalo do Amarante-RN, mas o Aeroporto não tem acessos. Isso mesmo! Conseguimos a proeza de finalizar um Aeroporto que não é ligado por estrada e/ou ferrovia.
O principal, mas não o único, entrave que se apresenta para o governo atrair o hub é a falta de "bufunfa". O erário estadual, para usar uma expressão da moda, encontra-se no volume morto.
Quem acompanha o blog sabe da minha opinião. Acredito que o "leilão" realizado pela LATAM terá, além do aspecto técnico, um forte componente político, bem como, as vantagens econômicas que cada um oferecerá.
A inclusão do Aeroporto de Fortaleza no PIL 2 do governo federal, a meu juízo, foi uma demonstração inequívoca de prestígio político demonstrado pelo governador do Ceará.
O governo cearense se mexeu e fez um gol de placa. Conseguiu através de ação política protagonizada pelo governador inserir o Aeroporto de Fortaleza no pacote de privatizações do governo federal.
Quer outro exemplo? Hoje, o Diário do Nordeste destaca que o ministro da Defesa, Jaques Wagner (ex-governador baiano do PT. Vale lembrar que o atual governador cearense é do PT) sinalizou positivamente para a construção de uma segunda pista de pouso e decolagem no Aeroporto de Fortaleza utilizando espaço da Base Aérea.
Já escrevi antes que a sinalização parece clara: o governo federal apoia a iniciativa cearense para atração do hub. O depósito dos Correios seria uma espécie de prêmio de consolação.
Também, a meu juízo, os dois concorrentes dispõem de melhores condições econômicas para cobrir as vantagens oferecidas pelo RN.
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