Adriano AbreuPleno do TJRN manteve suspensão das investigações da Operação Dama de Espadas, que descortinou esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa
A decisão unânime dos desembargadores deverá adiar, por pelo menos mais 15 dias, a retomada ou não das investigações relativas à operação. Caso seja mantido, no julgamento do mérito da ação, a suspensão das investigações, o Ministério Público Estadual deverá recorrer a um dos Tribunais Superiores para tentar reverter a medida.
A decisão desta quarta-feira se deu após quatro declarações de suspeição dos desembargadores Dilermando Mota, Judite Nunes, Saraiva Sobrinho e Glauber Rego.
Inicialmente, o relator do processo, Cornélio Alves, deu parecer favorável à exclusão da Assembleia Legislativa do polo ativo da causa, tirando da instituição a legitimidade de defender os detentores de foro privilegiado.
O Ministério Público vai analisar se há alguma medida a ser tomada para dar celeridade ao processo que suspendeu a investigação.
TRIBUNA DO NORTE
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O Ministério Público já estuda como agilizar o julgamento da reclamação que resultou, nesta quarta-feira (28), na suspensão da Operação Dama de Espadas pelo Tribunal de Justiça. À unanimidade, os treze desembargadores presentes à sessão decidiram suspender a investigação até que o mérito da questão seja julgado.
Nesse caso, o mérito não é se houve ou não crimes contra a Assembleia Legislativa, onde a ex-procuradora geral da Casa, Rita das Mercês, teria operado um esquema que desviou R$ 5,5 milhões através de cheques-salários. O que está em discussão é quem deve investigar os fatos e se Assembleia pode ser formalmente requerida.
Sobre a primeira demanda, os desembargadores entenderam que a investigação não deve prosseguir até que seja decidido se o processo continuará na 8ª Vara Criminal de Natal ou se deve ascender para o Tribunal de Justiça. No início do mês, a Procuradoria Geral do Estado, provocada pela Assembleia Legislativa, recorreu ao TJRN alegando que deputados estavam sendo alvos da investigação, razão pela qual pediam que o processo passasse para o Tribunal de Justiça, em razão do foro privilegiado.
Relator da matéria, o desembargador Cornélio Alves decidiu suspender os atos processuais até que esse impasse fosse decidido. Nesta quarta-feira, seus demais colegas reafirmaram seu entendimento.
O argumento do Ministério Público é que a investigação deveria prosseguir na 8ª Vara Criminal. O MP tem afirmado que não constam deputados na investigação e que, em havendo indícios da materialidade de crime, eles passariam a ser investigados pelo procurador-geral de Justiça, que se reportaria processualmente ao TJRN.
A segunda questão considerada no processo é quem deve atuar no polo ativo. A Assembleia Legislativa, concluíram os desembargadores, não pode atuar no caso por não ter personalidade jurídica. Assim, os magistrados do segundo grau entendem que cabe à Procuradoria Geral do Estado atuar, nesse caso, em defesa da AL. Sobre esse aspecto, o desembargador Ibanez Monteiro foi o único voto vencido.
Opções
Em breve comunicado distribuído à imprensa tão logo a decisão do TJRN saiu, o MPRN afirmou que “vai analisar se há alguma medida além de agilizar o parecer do MPRN e o julgamento do mérito da reclamação”.
Se quiser retomar a investigação e anular a suspensão imposta pelo TJRN, o Ministério Público precisará recorrer a um tribunal superior. Nesse caso, obtendo resultado favorável em seu favor, o processo da Dama de Espadas seria retomado na 8ª Vara Criminal.
PORTAL NO AR
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Quem representa a assembleia? O presidente Ezequiel. Quem provocou a PGE para solicitar a paralisação da investigação? A assembleia.
Logo, o deputado Ezequiel é o "pai da ideia", mesmo o MP informando que ainda não existiam deputados citados no esquema desnudado pela Operação Dama de Espadas.
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