segunda-feira, 30 de novembro de 2015

QUEBRANDO PARADIGMAS: vem aí a 'xepa' do governo de rob ii

Entrevista  » Flávio Azevedo -  Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte

Fernando Domingo - 
Repórter

“Existe um pensamento do Governo de tornar o Estado mais leve, vendendo ativos que não tenham nenhuma função social”, destaca o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Flávio Azevedo, ao comentar a possibilidade do Poder Executivo se desfazer de imóveis e empresas, como a Potigás, para retomar o crescimento do RN na economia nacional.

Nesta entrevista, o titular da Sedec falou também sobre as dificuldades de negociação com a Ambev, ressaltando o parecer do Governo Estadual de que a empresa teria que continuar no Estado, pelos anos que foi incentivada pelo Proadi. “A empresa tem que ter responsabilidade. Ela não pode simplesmente fechar a chave”, pontuou. 

Questionado, Flávio Azevedo mostrou-se preocupado com o Governo do RN caso o HUB da Latam – que teve a escolha da cidade-sede atrasada – não seja instalado em São Gonçalo do Amarante, considerando que “seria uma grande decepção”. Apesar disso, ele afirmou entender os critérios empresariais do grupo, que neste ano anunciou reduções em números de voos e compra de aviões para o Brasil, e pontuou a necessidade de buscar outros investimentos de grande porte. 

Durante os meses à frente da Sedec, o que já foi constatados de limitadores ao desenvolvimento econômico do Estado?


Temos que partir do princípio que para ter desenvolvimento econômico você precisa de investimentos. E, na minha chegada aqui já existia a constatação de dois fatos – sendo um antigo. A capacidade de investimentos no Estado não existe, nem nunca existiu. A receita do Estado paga a folha, o custeio e o serviço da dívida. Isso é uma tradição. Então, a gente tinha como alternativa buscar dinheiro com o Governo Federal. E isso vinha através de impostos, transferências do Tesouro e financiamentos. Mas, hoje em dia, ele também não tem dinheiro, pois, precisa fechar um superávit fiscal. 

Isso deve continuar em 2016? Ou podemos ter um ano mais tranquilo?
O fator subjetivo influi bastante no setor produtivo, pois, o empreendedor não vive apenas de checar números, taxas internas de retorno, etc. Ele vive também de expectativas. E elas tem um componente subjetivo bastante forte, um deles, a confiança. E, estas expectativas não são boas, em função de uma coincidência de crises, que hoje foi agravada. Existia uma crise econômica, fruto da frustração de um plano nacional de desenvolvimento, que vigorou até 2014, aquele “Brasil Maior”, que cometeu o erro de acelerar o desenvolvimento via desonerações, que em um primeiro momento foi ótimo para a classe empresarial, e estímulo de consumo. Mas, todos nós nos esquecemos que estes estímulos eram finitos. E hoje, complicou ainda mais, porque o momento atual não é bom. Existe uma crise econômica, uma crise política, uma crise moral, uma ausência de lideranças. Quem tá de fora dessa enorme confusão pode ter alguma esperança? Então, se não existe expectativa, você já começa muito mal em termos de projetar o futuro. Eu não vejo um 2016 com muitos bons olhos. Para se ter um 2016 bom era preciso que o Congresso Nacional tivesse aprovado várias medidas propostas pelo Ministério da Fazenda. Nenhuma delas foi aprovada. Está aí esse enorme tumulto.


Comento: posição interessante sobre o papel das desonerações, pois é exatamente isso que o governo potiguar pretende continuar. Aliás, já teria pactuado com os setores produtivos que as desonerações irão continuar e, provavelmente, serão ampliadas. Já se sabe o final dessa história...

Quais os erros destes estímulos?
O país não tinha uma capacidade ilimitada de desonerar, para que a produção melhorasse. E as desonerações foram setoriais. Primeiro entrou as famosas linhas brancas. E na outra mão deu condição para a população consumir, mas, com uma carga de juros nas costas. Não foi assim que os grandes países se desenvolveram. O financiamento é uma antecipação, do que você podia comprar mais à frente, que funcionaria se houvesse um espírito de poupança. 

Do ponto de vista estadual, o Governo do RN poderia trabalhar a hipótese de vender algum ativo? Como a Potigás, para equilibrar as contas. 
Esta é a intenção do Governador [Robinson Faria], quando estabeleceu o aumento dos impostos. Ele entendeu que o Estado também precisava fazer a sua parte. E existe um pensamento do Governo de tornar o Estado mais leve, vendendo ativos que não tenham nenhuma função social. Nem nenhuma função econômica. O Estado tem vários terrenos, empresas tipo a Potigás, outras. Então, está se iniciando um planejamento para venda de ativos.
Comento: é bom saber que a Potigás não tem sequer função econômica (qual seria sua função?). Ademais, é bem interessante verificar uma posição tão clara na defesa da privatização, principalmente, por se tratar de um governo composto por partidos, como o PCdoB e PT, que sempre foram contrários as privatizações.
Sinal dos tempos?


Tais vendas podem ser  realidade já em 2016? A Potigás estaria nesta lista? 
Pode ser uma realidade. Toda e qualquer empresa ou bem imobiliário que não tenha função social, nem que auxilie a produção econômica, é meu entendimento pessoal que deve ser vendido e até onde eu tenho conversado com o Governador, eu acho que também é entendimento dele.

Isto prejudicaria algum programa do Governo do RN?
Nenhum programa. Pelo contrário, se você tem recursos, serviria para agilizar aquelas teses sobre o desenvolvimento só existir com investimentos. E, seria, talvez, uma das saídas para se retomar um processo de desenvolvimento. 

Seriam vendas fáceis de efetuar? Qual o impacto econômico?
Alguns sim. Por exemplo, existem imóveis que são fáceis de vender, mesmo que você considere que a atividade da construção civil está um pouco engessada. Mas, o Estado tem realmente imóveis muito valorizados, diferenciados, onde as cidades foram crescendo e hoje eles valem bastante dinheiro. Então, eu acredito que isto possa efetivamente contribuir, desde que ele não tenha nenhuma função social. Mas, não temos ideia de valores. Isto está sendo iniciado, analisado, pois, é um trabalho muito criterioso. 

Em relação ao setor industrial, está na hora de ampliar os distritos? 
Os nossos distritos têm um problema de infraestrutura. Eles ainda não têm um sistema completo de esgoto, de energia e, sobretudo, de pavimentação. Quando chega no período de inverno, os caminhões não conseguem entrar nas fábricas. Então, mais uma vez se volta ao problema de investimentos. E, segundo, nossos distritos estão com a sua capacidade quase esgotada. Nós temos ainda pequenos terrenos disponíveis, em termos. De empresas que receberam o benefício e não utilizaram estes terrenos, que estamos retomando, em trabalho conjunto com a Procuradoria Geral do Estado, para repassar a quem realmente tenha capacidade de investir e, por via de consequência, gerar emprego. Não são muitos, mas, tem uma quantidade suficiente para atender uma demanda de curto prazo.

Um dos programas que beneficiam a indústria é o Proadi, que foi sancionado pelo Governador. Na prática, a nova regulamentação vai realmente favorecer novos investimentos? 
Vai. Ficou definido a forma do micro e pequeno empreendedor ter direito de acesso ao Proadi, que antes não tinha e o período de permanência pós-programa foi reduzido, através de emenda parlamentar, para 20%. E continuam as regras de que a empresa tem que manter um mínimo de empregos, etc, etc. Além disso, entrou a agroindústria. Mas, a micro e pequena não pode acumular, tem que escolher entre o Proadi e o Simples Nacional. 


Comento: releia o que o secretário falou sobre as desonerações e se convença sobre o futuro de tal modelo de incentivos...

O Estado vem trabalhando outras atratividades?  
Não só o Rio Grande do Norte, mas, os Estados Nordestinos, estão no limite de concessões de incentivos fiscais. Essa ideia já é enfraquecida, mas, se um dá, para manter a competitividade, o outro tem que dar, e isso gerou um ciclo vicioso terrível. É ruim para o Estado, é ruim para a população, que fica sem recursos para investimentos, e é ruim para as próprias empresas, porque isso gera insegurança jurídica. As empresas que começaram o Proadi, lá atrás, tipo a Ambev, passaram 20 anos usufruindo o Proadi, e, na época, imaginou-se que depois desse tempo elas teriam musculatura suficiente para poder continuar, pagando seu imposto. Acontece que, aqueles motivos de origem, como uma reforma fiscal de modo que o Nordeste não fosse tão punido, o status quo continua. Não se fez nada nesse país. 


Comento: a AMBEV tem musculatura para ficar em qualquer lugar, mas a empresa só ficará, como as demais, com muitos incentivos e é conversa mole dizer que as empresas perdem também com as desonerações.

Qual a penalidade para as empresas, como a Ambev, que não permanecem no Estado pós-Proadi? É possível tal ação?
Eu entendo que a empresa precisa ser punida. Quem recebe, como a Ambev recebeu, vinte anos de benefício fiscal e, simplesmente, porque não conseguiu renovar, quando não existia legislação apropriada e o Governo passado não poderia cometer uma ilegalidade, fecha. A empresa tem que ter responsabilidade. Ela não pode simplesmente fechar a chave, porque recebeu uma oferta maior de um Estado vizinho. Elas se aproveitam e leiloam a nossa miséria. Esta é a situação dos Estados do Nordeste. Uma empresa dessa não pode ficar impune. 
Comento: é uma acusação forte...

Tem essa cláusula e ela tem que ser cumprida. Então, a Procuradoria Geral do Estado está analisando. E, eu mandei levantar o valor, pelo menos aproximado, do imposto que ela deixou de recolher, para voltar a sentar com eles e mostrar. Temos conversado por telefone, eles sempre me atendem, e eu entendo os motivos deles. Mas, eu entendo que tem que ter um equilíbrio nisso. E, com essa possibilidade de novo enquadramento no Proadi, então, a alegação deles morre. Vamos tentar negociar.  

A Latam anunciou neste ano uma redução no número de voos, na compra de novos aviões e atrasou a escolha da cidade que vai receber o Hub. Isto chega a ter um efeito negativo nas esperanças do RN?
Eu acho que isto é uma decisão empresarial e não muda a equação que a TAM está querendo fazer para ver qual é o Estado mais vantajoso para ela. O motivo é este que você citou. Quer dizer, existia uma diminuição das atividades, as operações da aviação brasileira, hoje, todas estão perdendo dinheiro. Então, aumentar sua atividade, para ter prejuízo, não me parece lógico. Foi uma decisão em função do quadro em deterioração da economia brasileira. As empresas estão freando seus investimentos e o Hub não é pouco. 

O Governo trabalha com a hipótese de não ter este investimento? O que está sendo feito neste sentido?
Eu acho que devemos correr atrás também da Azul, que fez uma operação audaciosa, comprando a TAP, e agora venderam um percentual para uma empresa chinesa. Para nós, não importa se o Hub é da TAM ou da Azul, nós temos que ter, que é um fundamental para o futuro da nossa economia. A própria licitação do aeroporto de Fortaleza foi adiada também. Tão esquecendo que tem que ter o empresário interessado em investir alguns bilhões de reais. Não adianta o Governo fazer a licitação e dar vazia. Tem que ter um pouco de responsabilidade nessa decisão, porque gera mais descrédito ainda. 
Comento: faltou responsabilidade ao governo do Ceará?


Não vindo o investimento, o Governo do RN fica então com uma imagem desacreditada diante da população também? 
Eu não diria descrédito. É uma decepção, porque é uma decisão empresarial. Gera uma enorme decepção, a expectativa é muito grande, é importante para a nossa economia. Isso aumenta o nosso tamanho tanto no mundo interno quanto, e principalmente, na parte externa. No turismo, etc. 

Nesta semana, o BNDES divulgou seu balanço de financiamentos em 2015 e 39,4% tiveram como destino as micro, pequenas e médias empresas. Que análise podemos fazer deste dado? 
96% das empresas do Rio Grande do Norte são micro e pequenas. O micro e pequeno empresário no Estado o é responsável pelo maior número de empregos. Essa é a realidade econômica do RN. Aqui você conta na mão as grandes empresas. E, este dado é muito bom, uma prova disso. Só se demanda crédito se houve expectativa de negócio. Isto segue aquela cadeia: o meu crédito é o débito. É assim que se forma a economia. Essa conjugação de compradores e vendedores. O dinheiro está caro, mas, se consegue recursos. Alguém ainda tem expectativa favoráveis, mas, são poucos, está reduzido a micro e pequenos empresários. 


TRIBUNA DO NORTE

"procuradorias devem defender as instituições..."

Entrevista - Carlos José CavalcantiCoordenador do Marcco

O projeto de lei enviado pelo Governo para votação na Assembleia, prevendo que a Procuradoria Geral do Estado defenda os agentes públicos, quando processados por medidas adotadas na função, gerou reação contrária do Movimento Articulado de Combate a Corrupção. 

O coordenador do Marcco, Carlos José Cavalcanti, critica a proposta e observa que a missão das procuradorias é defender as instituições e não pessoas. “As procuradorias devem defender as instituições. Cada um dos agentes que sejam atacados que contratem advogados para se defender”, ressalta. 

Quando questionado se o Marcco estaria em crise, por criticar posições de membros do próprio Movimento, como o caso de auxílio moradia (agora requerido pelo Tribunal de Contas do Estado), o coordenador nega.  “Não há crise, o que há é que estamos discutindo questões sérias e que merecem ser discutidas”, ressalta.

Sobre o prédio comprado e abandonado pelo Ministério Público Estadual, Carlos José Cavalcanti afirma que o Marcco está acompanhando o caso. “Não deixamos o assunto de lado. Estamos esperando que o Ministério Público adote as providências devidas”, observa.

Confira a entrevista que o coordenador do Marcco concedeu à TRIBUNA DO NORTE:

Como o senhor avalia o mais recente episódio envolvendo corrupção no Brasil com a prisão do senador Delcídio Amaral?


O Marcco entende que é o momento em que o combate a corrupção está se tornando muito mais efetivo. No âmbito nacional temos tido avanços muito grandes na Operação Lava Jato, com as decisões importantes e que antes, na história do país, não víamos pessoas tão importantes, tanto no plano político como econômico, estarem sendo privadas de liberdade. O maior empreiteiro do país (Marcelo Odebretch) há quanto tempo está preso? E agora temos o caso do senador (Delcídio Amaral) que está sendo indiciado e tem outros políticos que estão respondendo a processo. Há uma série de mudanças que até bem pouco tempo a gente não via.

O plano local acompanha esse cenário traçado pelo senhor nacionalmente?


No plano local a gente vê um avanço com medidas não tão grandes, não tão significativas. A gente teve o caso da operação Dama de Espadas, em que nós, inclusive, emitimos duas notas muito discutidas. Mas não modificamos nossa forma de pensar. Entendemos que é preciso que a sociedade esteja atenta ao que está acontecendo. Os desvios que ocorreram na Assembleia Legislativa já eram questões anunciadas. Tanto é assim que o Marcco já tinha cobrado desde antes que a Assembleia cumprisse a lei da transparência e colocasse no seu portal os salários de todos os servidores, exatamente, para dificultar. A transparência é o maior antídoto contra corrupção. Se você tem mais transparência, os próprios órgãos de controle estão muito melhor assistidos e aparelhados para fiscalizar, além do cidadão, claro. Ele precisa exercer o controle social e acompanhar o que ocorre nas casas legislativas, na administração de uma forma geral. A gente se surpreende até porque tanto a Câmara Municipal de Natal como a Assembleia Legislativa foram instituições onde tivemos muita dificuldade. Inclusive a gente teve que pedir o ingresso com o Ministério Público para entrar com ação contra ambas as casas por não cumprir o que previa a Lei de Acesso a Informação. A LAI não estava sendo cumprida. Aliás, não está sendo cumprida até hoje e a gente continua assistindo.

E nesse contexto aparece a operação Dama de Espadas?


A Operação Dama de Espadas foi exatamente pela falta desse tipo de controle e isso facilitou que houvesse os desvios. No caso do Idema, com a operação Candeeiro, também foi decorrente de não ter um controle mais efetivo do gasto público. Quanto mais transparência, quanto mais forma de você controlar o gasto melhor. Então você dificulta muito mais os eventuais desvios.

Como o senhor acompanha a polêmica no caso da operação Dama de Espadas, onde as Procuradorias do Estado e da Assembleia querem atuar como pólos no processo, entendimento que é divergente do Ministério Público?


Uma das notas que a gente expediu a gente deu a entender que via como indevida a participação da procuradoria do Estado e, principalmente, da procuradoria da Assembleia na defesa das pessoas, dos agentes. Entendemos nós que a missão das procuradorias é defender as instituições e fomos muito criticados por aquela nota.

Mas o senhor mantém esse posicionamento?


A gente continua mantendo esse posicionamento.

Há um projeto de lei na Assembleia, onde o Governo propõe que a Procuradoria do Estado defenda os gestores quando estiverem no exercício da função. Qual sua avaliação?


A gente tem cautela com relação a isso. Estamos saindo um pouco da função precípua que é cada uma dessas instituições. As procuradorias devem defender as instituições. Cada um dos agentes que sejam atacados que contratem advogados para se defender. Eu que trabalhei na CGU, se eu tomasse alguma medida que levasse a responder algum processo, alguma sindicância eu teria que me defender pessoalmente, pelos meus próprios atos. Não seria a Controladoria que iria defender os meus interesses. Ela deve defender os interesses das instituições. A gente tem uma certa cautela com relação a isso. É preciso que tenha uma discussão mais aprofundada.

Em se tratando de transparência ainda não há uma permissividade muito grande no interior com prefeituras e câmaras?


Veja só, a estrutura de fiscalização no Brasil ainda é deficiente. A gente tem que apelar muito para que tenha um avanço do controle social. Até porque mesmo que tivesse o controle verticalizado, nós nunca conseguiríamos atingir todos os órgãos, todos os setores, seria um custo enorme para a máquina administrativa. Então, é necessário que a gente conte sempre com o apoio do controle social. Eu que trabalhei durante muito tempo na CGU, recentemente me aposentei, mas eu fiz várias fiscalizações, coordenei vários programas de sorteio naqueles municípios e eu pude verificar exatamente a deficiência, tanto de controle interno. No Marcco já fizemos eventos para fortalecer os controles internos municipais, que são muito frágeis. Há uma dependência muito grande do gestor, que pode retirar quem ele coloca para ser o controlador do município e a gente vê que o avanço ainda é pequeno. Veja que a CGU (Controladoria Geral da União) tem a possibilidade de apontar erro do próprio Governo, apesar de ser um órgão ligado ao Governo Federal. No âmbito estadual a liberdade é um pouco menor, mas a gente percebe que já há um avanço. Nos municípios, exceto na capital, onde há uma controladoria, que faz parte do Marcco, mas na maioria dos municípios inexiste o controle interno. Ou quando existe, só há formalmente, mas na prática não existe. Estamos trabalhando muito nessa questão de fortalecer os portais da transparência dos municípios. 

Os senhores vão fazer um ranking dos portais da transparência dos municípios?


Sim. O Marcco está trabalhando nesse sentido de criar um ranking estadual, como há também o ranking nacional. Por falar nesse ranking, tivemos um avanço no caso do Rio Grande do Norte. E o Marcco foi importante nesse caso porque nós costuramos junto com a CGU uma parceria com a Controladoria Geral do Estado para que tivesse esse avanço. Saímos (o portal da transparência do Estado) de uma nota zero para uma nota acima de 8. Uma nota muito significativa. Esse avanço se deve a essa parceria. Inclusive o Marcco tem feito não só parceria com órgãos de controle, mas temos trabalhado com outros órgãos congêneres no Brasil. O Marcco foi o segundo no Brasil, o primeiro foi o Fórum Paraibano de Combate a Corrupção. O segundo no Brasil é o Marcco. 

Como o senhor avalia o auxílio moradia?


Isso foi motivo de muita discussão dentro do Marcco. Até porque muitas das instituições que recebem o auxílio moradia estão representadas no Marcco. Mas o Marcco quando foi criado, um dos primeiros argumentos que usamos, lá em 2007, foi que a gente vai fiscalizar fora, mas fiscaliza internamente. Nós fiscalizamos a nós mesmos. Nós fiscalizamos o comportamento das instituições que compõem o Marcco. Então se houver qualquer ato que a gente entenda que seja motivo de discussão, mesmo que gere muita polêmica, e no caso do auxílio moradia gerou, a gente discute. A gente se posiciona e a gente assim continua.

O Tribunal de Contas do Estado, seus conselheiros e membros do Ministério Público, pediram o auxílio moradia...


O Marcco não mudou sua posição. Continuamos entendendo que o auxílio moradia é uma verba de caráter indenizatório. Da maneira que vem sendo paga é uma verba de caráter remuneratório. Mas o que acontece é que a gente não pode discutir muito mais isso porque já chegou à esfera da Corte maior (o Supremo Tribunal Federal). E um posicionamento do ministro Luiz Fux, na decisão monocrática, considerou que era regular esse tipo de pagamento. Não podemos, por enquanto, tomar nenhuma outra providência. Mas aguardamos que o pleno da nossa Suprema Corte, do STF, venha a entender como nós, de que essa verba é de caráter indenizatório.

Ou seja, essa verba não poderia ser paga para quem trabalha e reside na mesma cidade.


Esse é nosso entendimento. Como é verba de caráter indenizatório receberá quem desempenhou determinado trabalho em algum lugar e foi obrigado a ter um esforço financeiro diferenciado, fora do seu subsídio, que ele receba isso para compensar.

Já que o Marcco fiscaliza os órgãos que o integram, não é hora da entidade assumir um posicionamento sobre o prédio comprado e abandonado pelo Ministério Público?


A gente acompanhou. Entendemos que o Ministério Público adotasse as providências. Estamos acompanhando isso e foi constituída uma comissão de pessoas do Ministério Público que apontará se houve responsáveis por eventuais desvios com relação ao tipo de atitude. Isso continua sendo examinado no âmbito do Ministério Público, mas vamos continuar observando. Não deixamos o assunto de lado. Estamos esperando que o Ministério Público adote as providências devidas. Estamos feito isso com todas as instituições quando temos um problema dessa natureza. Sempre discutimos com o colegiado. O Marcco é dinâmico e as discussões só fortalecem. 

Há crise no Marcco?


Estamos nos preocupando com as questões. Não há crise, o que há é que estamos discutindo questões sérias e que merecem ser discutidas. 

TRIBUNA DO NORTE

UERN: Publicado no DOE reconhecimento do Curso de Gestão Pública

O Diário Oficial do Estado (DOE) trouxe na edição desta quarta-feira,25, a publicação da homologação do reconhecimento do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, na modalidade tecnólogo, ministrado pela UERN, em convênio com a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos - SEARH, através da Escola de Governo Cardeal Dom Eugênio Sales.
Os atos publicados pela Secretaria de Educação do Estado (SEEC) reconhecem os cursos do Campus Central e dosCampi Avançados de Natal, Pau dos Ferros e Caicó.
Os pareceres do reconhecimento são oriundos do Conselho Estadual de Educação - CEE e todos os processos tiveram como relator o conselheiro Padre João Medeiros Filho. O governador Robinson Faria assinará decreto oficializando o reconhecimento do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, da UERN. 
UERN

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

propinobras: andrade gutierrez admitiu TER PAGO PROPINA para ganhar obras e topou pagar R$ 1 bilhão em multas

No maior acordo costurado pelo Ministério Público Federal na Operação Lava Jato até aqui, a gigante Andrade Gutierrez admitiu aos investigadores ter desembolsado propina para vencer a disputa para a construção e revitalização de estádios para a Copa do Mundo e para participar de obras na usina de Belo Monte, no Rio Madeira. 

Na Copa, a construtora detinha 20% do consórcio do Maracanã, 50% do consórcio do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e pleno controle das obras da Arena da Amazônia, em Manaus.

O acordo de leniência está em fase de ajustes finais e prevê que a gigante da construção pague 1 bilhão de reais em multa para compensar as fraudes, a formação de cartel e o esquema de corrupção nos contratos dos estádios do Mundial de 2014. O valor da multa é o maior já conseguido pela força-tarefa do Ministério Público que atua nas investigações sobre o bilionário esquema de corrupção na Petrobras.

Segundo as negociações feitas pelo corpo jurídico da Andrade, os executivos presos desde o dia 19 de junho em Curitiba, por ordem do juiz Sergio Moro, terão abrandamento significativo de pena caso se confirme o cenário mais provável e eles sejam condenados. 

Paralelamente ao acordo de leniência, dirigentes da AG negociam fechar delações premiadas em troca de benefícios judiciais. Uma das possibilidades é que sejam apontadas, por exemplo, políticos que podem ter recebido propina em obras prioritárias para o governo, como a usina de Belo Monte.

Em julho, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, aceitou denúncia contra o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo e contra os executivos Antônio Pedro Campello de Souza, Armando Furlan Júnior, Elton Negrão, Flávio Gomes Machado Filho, Paulo Dalmazzo, além de lobistas, operadores e ex-dirigentes da Petrobras.

De acordo com esta denúncia apresentada pelo Ministério Público, o Grupo Andrade Gutierrez pagou propina a dirigentes da Petrobras em obras e contratos na Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde (BA), na Refinaria de Paulínia (SP), no Gasoduto Urucu-Manaus, no Centro de Pesquisas (Cenpes) e no Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD), no Rio de Janeiro, no Gasoduto Gasduc III (RJ) e no Terminal de Regaseificação da Bahia.

A força-tarefa de procuradores que atuam nas investigações do esquema do petrolão conseguiu mapear 243 milhões de reais desviados pela Andrade Gutierrez entre 2007 e 2010 em 106 atos de corrupção ativa, 61 de corrupção passiva, 62 lavagens de dinheiro.

O Ministério Público apresentou três esquemas criminosos da Andrade Gutierrez com apoio de Alberto Youssef, Fernando Baiano e Armando Furlan, além de falsas consultorias. Os operadores Mário e Lucélio Góes também atuaram em esquemas da empresa, por meio da empresa RioMarine. Os recursos eram enviados para contas no exterior como a Maranelle e Phad. Uma vez no exterior, nas contas dos operadores, o dinheiro era repassado para as contas de Pedro Barusco. Ele também recebia valores de 300.000 a 400.000 reais em mochilas por meio de Mario Góes. Executivos da Andrade também foram acusados de pagar propina em obras da usina nuclear de Angra 3. Este caso deixou as mãos do juiz Sergio Moro depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu precedente para que as investigações da Lava Jato fossem fatiadas.

Procurada, a Andrade Gutierrez disse que não vai comentar o caso.

VEJA

"Fufucando" o erário e o ajuste fiscal. deputado maranhense quer legitimar supersalários

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara driblou a proposta do governo que impedia que a remuneração dos servidores públicos ultrapassasse o teto do funcionalismo público, que é a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente R$ 33.763. Um substitutivo apresentado pelo deputado André Fufuca (PEN-MA) ao Projeto de Lei 3.123/15, do Executivo, legaliza os chamados supersalários, valores muito além do limite constitucional. O projeto do governo, que faz parte do ajuste fiscal, está na pauta do plenário da próxima semana.
Caso a versão aprovada pela CCJ seja referendada pelos demais deputados, um servidor de alta função, como um magistrado, por exemplo, poderá receber até mais que o dobro do teto, ou seja, mais de R$ 67,5 mil. Isso porque o substitutivo prevê que, além do vencimento permanente do servidor, será estabelecido o mesmo teto para as chamadas parcelas transitórias, como cargos comissionados e outros pagamentos circunstanciais. Esse valor ainda poderá ser acrescido de verbas indenizatórias, montante sobre o qual o limite constitucional não incidirá. Além disso, pelo substitutivo, um servidor poderá acumular até dois tetos originários da mesma fonte de recursos – prática hoje proibida.
A proposta original foi alterada na CCJ após pressão de magistrados, integrantes do Ministério Público e servidores do Legislativo, categorias que tendem a ser beneficiadas com as novas regras.
O substitutivo prevê a remuneração de cargos comissionados como parcelas de caráter transitório, ou seja, poderão se somar ao teto da remuneração permanente. A manobra, aprovada pelos membros da comissão, contraria decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 2013, a corte de contas determinou que valores pagos para remunerar horas extras e cargos de comissão deveriam ser somados à remuneração permanente e, juntos, não poderiam superar o teto constitucional. O acórdão foi publicado para encerrar as discussões sobre o assunto.
Como revelou a Revista Congresso em Foco, em 2012, pelo menos 4 mil servidores públicos eram contemplados com os supersalários. Para impedir que servidores burlem a Constituição e acionem a Justiça para alegar direito adquirido sobre benefícios e afins, o governo procurou disciplinar os excedentes do limite remuneratório. O projeto elaborado pela equipe econômica da presidente Dilma previa uma economia de R$ 800 milhões aos cofres federais.
Sem corte
Segundo o texto do Executivo, as parcelas de natureza permanente seriam somadas às parcelas de natureza transitória e o resultado não poderia ultrapassar o teto. Em outras palavras, o salário e outros benefícios eventuais – como cargo comissionado, adicional noturno e de insalubridade, hora extra, entre outros – não poderiam passar de R$ 33,7 mil. O que ultrapassar, seria cortado.
A proposta do governo considera o 13º salário e o adicional de férias pagamentos eventuais. Nesse caso, o limite remuneratório incidiria separadamente. Já verba indenizatória, previdência complementar e remuneração originária de participação em conselhos de estatais, que não recebem auxílio financeiro do Tesouro, não são consideradas para o cálculo do teto.
No entanto, o substitutivo, que agora tranca a pauta do Plenário da Câmara, estabelece praticamente o contrário do que foi requerido pelo governo. Enquanto o Executivo procurou evitar que servidores que acumulam função e benefícios fossem contemplados com os supersalários, o substitutivo de Fufuca praticamente legaliza o excesso nos contracheques.
Congresso em Foco procurou o relator, mas seu gabinete informou que ele estava fora de Brasília e não poderia falar.
O texto aprovado pela CCJ nesta terça-feira (24) estabelece que o limite remuneratório será aplicado separadamente nos valores que excederem o somatório das parcelas de natureza permanente e eventuais. O que quer dizer que haverá um limite de R$ 33,7 mil para os vencimentos e outros R$ 33,7 mil para cada atividade remunerada de forma pontual ou descontínua.
Por exemplo, um servidor que possui remuneração máxima acumula dois benefícios transitórios: um cargo comissionado e o adicional noturno. Cada um desses benefícios extras possui limite de R$ 33,7 mil. Para o primeiro, apenas a título de exemplo, ele é remunerado por R$ 9 mil e, naquele mês, recebeu mais R$ 5 mil por ter trabalho durante a noite. Ao fim desse mês, ele receberá 47,7 mil.
Mais que o dobro
Se aprovado, em uma situação extrema, o valor do contracheque dos servidores poderá ultrapassar o dobro do teto constitucional por conta das verbas indenizatórias, aquelas que são ressarcidas ao servidor. Assim como o texto proposto pela equipe econômica de Dilma, o substitutivo também prevê tais recebimentos, os quais não são contabilizados no teto. Na categoria, incluem-se ajudas de custo, diárias, auxílio-transporte e auxílio-fardamento, bem como aposentadorias e pensões vinculadas ao regime geral da previdência social.
Os benefícios incluídos no substitutivo como verba indenizatória podem ser ainda superiores ao proposto pelo governo. No texto do Executivo, o auxílio-moradia indenizado sem necessidade de comprovação da despesa pertencia às parcelas sujeitas a teto. No substitutivo, o mesmo benefício, geralmente concedido a magistrados, não se submete na contagem do limite remuneratório. Com isso, servidores que residem em imóveis próprios poderão continuar recebendo um extra à parte do teto para arcarem com despesas de moradia, mesmo não necessitando pagar aluguel.
Acúmulo de cargos
A Constituição permite acumular algumas profissões regulamentadas, como dois cargos de professor, professor mais cargo técnico ou científico, e dois cargos de médico ou profissional da saúde. Na proposta do Executivo, está previsto que, em situação de acúmulo de cargos, o teto ainda deve ser seguido. Isto é, a remuneração de cada cargo será reduzida proporcionalmente até que se atinja o teto instituído. O limite também será aplicável àqueles que recebam cumulativamente remuneração de mais de um ente da Federação.
No caso do substitutivo em questão, as remunerações não são cumulativas e, conjuntamente, podem ultrapassar o limite remuneratório. Em outras palavras, os servidores podem receber até o teto em um emprego e, no outro, o mesmo valor, ainda que a fonte dos recursos seja a mesma, a União.
Supersalários
Em 2011, o Congresso em Foco começou uma série de reportagens sobre supersalários. Com base em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), a reportagem divulgou quais eram e quanto realmente ganhavam os funcionários do Senado com salários acima do permitido pela Constituição. O site ainda mostrou o problema também alcançava parlamentares e se estendia no Poder Executivo, no Judiciário e nos estados. Como represália, o Congresso em Foco foi alvo de 50 ações na Justiça movidas por servidores do Senado. Mas o Judiciário arquivou todas as ações por entender que as informações eram de interesse público e não invadiam a intimidade dos funcionários.
No final de 2013, por ordem do Tribunal de Contas da União, a Câmara e o Senado cortaram os salários recebidos além do permitido. Por causa da Lei de Acesso à Informação, esses dados passaram a ser públicos e divulgados, ainda que com algumas limitações, nas páginas das duas Casas legislativas.
CONGRESSO EM FOCO
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Como todos sabem o Maranhão é reconhecido como berço de "grandes patriotas", "verdadeiros pilares morais" da política brasileira. Para não cansar a beleza basta lembrar de Sarney, Roseana, Lobão, Lobinho...

Fufuca com Sarney:

dama de espadas: novo capítulo... O RN não é para amadores!

O desembargador Cornélio Alves, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, abriu prazo de cinco dias para o Ministério Público se pronunciar sobre um novo capítulo no processo da operação Dama de Espadas, na qual servidores da Assembleia Legislativa são acusados de desvio de recursos a partir da emissão de cheque-salário. A fase do processo é de discussão sobre a inclusão ou não das Procuradorias da Assembleia e do Estado para atuarem.

O processo já foi incluído por duas vezes na pauta do pleno do Tribunal de Justiça, mas não teve conclusão. Até que a decisão seja proferida pelo pleno, as investigações estarão suspensas.

As investigações da Dama de Espadas estão suspensas há mais de 50 dias.   O processo do qual é relator o desembargador Cornélio Alves, foi impetrado em desfavor do Ministério Público Estadual pela Procuradoria Geral do Estado e Procuradoria da Assembleia Legislativa.

O magistrado deverá definir, junto com seus pares, a  legalidade das referidas Procuradorias para atuar como defensoras do Poder Legislativo e dos parlamentares supostamente envolvidos no esquema corruptivo. 

No dia 28 de outubro passado, todos os desembargadores presentes à Sessão Plenária foram favoráveis à manutenção da suspensão das investigações até que o mérito da ação seja julgado.

O Ministério Público defendeu, no documento protocolado no Poder Judiciário, que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a Assembleia Legislativa não podem participar do polo ativo da demanda pois estariam defendendo interesses particulares. Neste caso, os interesses relativos aos deputados estaduais que possam estar envolvidos no esquema. 


Além disso, foi solicitado que o prosseguimento das investigações fosse comunicado e o produto do trabalho investigativo encaminhado à 8ª Vara Criminal de Natal, onde tramita a ação que culminou na prisão, em agosto passado, de Rita das Mercês Reinaldo, ex-procuradora-geral da Casa Legislativa, e Ana Paula Macedo de Moura, assessora direta de Rita das Mercês.

TRIBUNA DO NORTE
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Quem sabe o próximo capítulo não é o recesso do Judiciário? Quem sabe as festas de final de ano não levam o assunto para a vala do esquecimento? Quem sabe não aparece outro assunto mais cabeludo para colocar no lugar?

Por estas bandas TUDO pode acontecer, mas o corriqueiro é que NADA acontece com gente poderosa.

A coisa é tão sem graça que o foco da operação (punição de supostos larápios de dinheiro público) já se metamorfoseou numa discussão sobre as competências da PGE e se dentre tais competências estaria a defesa de potencial deputado corrupto...

Apenas para se comparar: imaginem se o Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) estivesse sendo defendido pela Advogacia Geral da União? Imaginem a AGU defendendo Collor no STF?

Agora imaginem paralisar uma investigação por que, quem sabe, talvez, pode ser que, quiçá, alguém com foro privilegiado poderia está, quem sabe, talvez, envolvido no desvio de dinheiro da ALRN?

O RN não é para amadores!

freire continuará 'hospedado' no quartel da polícia. as masmorras só para os 'comuns'

Por não reconhecer nenhuma ilegalidade na prisão cautelar do ex-governador Fernando Freire, a desembargadora Zeneide Bezerra negou o pedido de Habeas Corpus feito pela defesa dele. Com a decisão liminar da magistrada, foi rejeitado o pedido para que Fernando Freire tivesse revogada sua prisão preventiva e, consequentemente, fosse expedido o alvará de soltura. Os autos serão remetidos à Procuradoria Geral de Justiça.
Na decisão, a desembargadora deixa claro que a medida liminar em casos de Habeas Corpus só deverá ser concedida em situações excepcionalíssimas, quando o constrangimento ilegal a que é submetido o preso se apresente de forma evidente. A magistrada de Segundo Grau enfatiza, na liminar dessa quinta (26), que a decisão de primeira instância está embasada em elementos concretos que demonstram a necessidade da custódia do ex-governador para resguardar a aplicação da lei penal, “daí afastar neste momento a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”. E recorda que foram frustradas diversas tentativas de intimação do ex-governador.
A prisão preventiva do político que governou o Rio Grande do Norte em 2002, foi decretada pela 7ª Vara Criminal da capital em 08 de outubro de 2014. Em 12 de fevereiro de 2015, foi proferida sentença penal condenando o ex-gestor estadual, sendo negado a Freire o direito de recorrer em liberdade. A prisão dele somente ocorreu em 25 de julho, no Rio de Janeiro.
Os advogados de Freire alegaram que o investigado permaneceu toda a instrução do processo em liberdade, se mostrando diligente e compromissado com a Justiça, comparecendo espontaneamente a todos os atos processuais. Destacaram que não há nenhum ato da instrução que deixou de se realizar por sua culpa, "não sendo justo afirmar que sua postura processual representou ou representa ameaça a aplicação da lei penal”.
TJRN
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Do Quartel o ex-governador só sairá para casa. Freire não é um preso como outro qualquer e as masmorras do sistema carcerário estadual não estão à altura de tão distinto cidadão. O argumento é que o ex-governador corre sério risco de ser assassinado e isso é verdade, mas qual detento potiguar tem garantida sua integridade física?

Aliás, o ex-governador quando esteve à frente do governo não se preocupou em melhorar o sistema carcerário, certamente, por não acreditar que pudesse algum dia ser um potencial morador das masmorras.