quinta-feira, 14 de julho de 2016

RN: Médico denuncia ao presidente da Assembleia a ocorrência de mortes à míngua e situação de barbárie nos hospitais públicos. Vai fazer o que Ezequiel?

O texto a seguir (em preto) é estarrecedor. Comento em azul.

A ausência de pagamento dos serviços de alta e média complexidade por parte do Governo do Estado, a carência nos insumos básicos nos hospitais e a falta de diálogo com a atual secretária estadual de Saúde, Eulália de Albuquerque Alves, foram os principais problemas relatados pelos dirigentes da Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN), nesta terça-feira (12) ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).

Reafirma a dificuldade crônica da SESAP em repassar os insumos básicos para o funcionamento da Rede Hospitalar. Faz tempo que a situação é assim e, infelizmente, não se tem expectativa de que mude substancialmente no curto prazo.

“O relato da crise na saúde impressiona. Somos sabedores da crise financeira do Estado. Os Poderes tem auxiliado na busca de soluções, somente a Assembleia já soma R$ 13 milhões de déficit nos seus repasses devido a frustração de receitas do Estado. Mas Saúde é prioridade e é preciso uma solução para equacionar os problema do setor. Para isto vamos agilizar uma audiência dos dirigentes da Coopmed com o governador do Estado para se encontrar respostas para as demandas e abrir o diálogo da categoria com a secretária estadual de Saúde”, salienta Ezequiel Ferreira.


Sei que o Poder Legislativo não é o responsável pela gestão, mas a ALRN não deu nenhuma contribuição para resolver o grave problema da saúde. Falar em "equacionar" se assemelha ao ato de Pôncio Pilatos...  

Diretores da CoopMed relataram que o Governo do Estado não tem pago os serviços de alta e média complexidade dos pacientes do interior desde janeiro, acumulando o montante em R$ 8 milhões. Até maio foram 11.800 procedimentos que não foram repassados. “O Governo do Estado não paga desde janeiro honorário médicos e os serviços hospitalares à cooperativa. Agora em julho está difícil formalizar as escalas médicas em virtude do não recebimento dos serviços prestados desde janeiro”, explica Marcelo Cascudo, presidente da Coopmed-RN, apesar de manter os serviços de urgência e emergência de alta e média complexidade na rede estadual como: Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Ortopédica e Oncológica.


O atraso apontado pelo representante da Cooperativa só ocorre com os serviços dos pacientes do interior. Por quê?

O médico Madson Vidal relatou durante a reunião que as pessoas estão morrendo nos hospitais. “Morrendo pela falta do básico. As pessoas estão morrendo à mingua. É uma situação de barbárie mesmo”, asseverou.


Escrever que tais afirmações são graves, dizer que muitas declarações no mesmo sentindo já foram dadas se tornaram rotina, mas o fato novo é que o médico fez as afirmações diante do presidente do Poder Legislativo, cujas atribuições determinam a adoção das providências cabíveis, pois não tem cabimento alguém imaginar que o presidente de um Poder que tem obrigações definidas quedará inerte diante do relato de que pessoas têm morrido à míngua.

Já o cardiologista Álvaro Barros pontuou que as carências e deficiências do Estado tem exposto os médicos à agressões dos pacientes diariamente. “Agora mesmo, no Incor, no momento desta reunião, tem famílias revoltadas. Cobram que seja feito um procedimento cirúrgico, mas que o Estado não tem pago. Como fazer a cirurgia sem que os custos sejam pagos?”, questionou.

Para o médico Pedro Cavalcanti o fato é que o Estado vive uma crise das mais profundas. “A situação é muito grave”, disse ele salientado que os médicos não querem somente reivindicar pagamentos para serem protagonistas na busca de soluções. Victor Vinicius de Almeida Ferreira, diretor administrativo da Coopmed, além de reforçar a situação de crise relatou deficiências até de coleta de lixo no Hospital Walfredo Gurgel e da falta de diálogo com a atual secretária estadual da saúde. “Foi erguido um muro entre a secretária de estado, Eulália de Albuquerque Alves, e a categoria”, disse.



O médico e deputado Getúlio Rego (DEM), diante da gravidade do tema, fez a proposição para a criação de uma comissão parlamentar no setor da saúde para acompanhar as demandas desta crise que se instaurou no Estado. 

O deputado Hermano Morais (PMDB), presente na reunião, também prestou solidariedade e apoio aos médicos.

É evidente que todos os profissionais merecem as remunerações pelos serviços prestados, mas me inquieta a falta de solidariedade com as vítimas da "barbárie" e com o sofrimento daqueles que padecem à míngua nos corredores dos Hospitais.

A CoopMed possui 1.600 cooperados distribuídos em 36 especialidades. Os médicos atuam junto aos convênios, entre eles, a Unimed Federação, Unimed Mossoró, Unimed Macau e Caicó e os contratos com a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde.

A prestação dos serviços acontece nos hospitais particulares que atendem ao SUS e onde é possível realizar cirurgias e procedimentos de Alta e Média Complexidade proporcionando à população mais carente um serviço de excelência.

Só para se ter ideia do alcance deste atendimento, em 2015 foram 28 mil procedimentos do SUS nos nove hospitais conveniados, em 2016 a estimativa era de 36 mil procedimentos, mas há estimativa da demanda reprimida.

Também discordo dessa premissa propagada pela nota da AL de que a 'excelência' do serviço prestado provém do serviço privado. Receio que tal orientação estratégica levada a cabo pelas diversas gestões se afinam aos interesses dos que mais se beneficiam dos recursos públicos e não é ao povo que me refiro.
A "barbárie" da rede pública não será mitigada com a fragilização do SUS em proveito da suposta 'excelência' oferecida pela rede privada.
Lamento que o Poder Legislativo se preste a reproduzir tal argumentação capciosa.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA ALRN
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Vai fazer o que Ezequiel?

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