sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pacotão de maldades: demissão dos 300 trabalhadores é a primeira grande realização do "consórcio do mal"

Não faz muito tempo que um secretário estadual defendia que o aumento das alíquotas dos impostos serviria para o 'crescimento econômico'.

Leia:

BURAQUISTÃO NORTE: GOVERNO SEM PROJETO, MAS COM APETITE PARA ARRANCAR ATÉ O ÚLTIMO VINTÉM DO NOSSO BOLSO

E o pior é que o secretário parece acreditar no que disse.

Os efeitos negativos do 'pacotão' sobre o ambiente econômico são previsíveis. 

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A matéria da TN destaca a primeira grande empresa que anunciou o encerramento de suas operações no RN e a demissão dos 300 trabalhadores é a primeira grande realização do consórcio do mal: governo e deputados favoráveis e ausentes omissos.

Leia:
A Ambev anunciou nesta sexta-feira (6) o fechamento de uma fábrica no Distrito Industrial de Extremoz, na Grande Natal. 

De acordo com a empresa, a operação fabril se tornou inviável diante do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços (ICMS) sobre bebidas frias. 

O aumento proposto pelo Governo do Estado foi aprovado no fim de outubro pela Assembleia Legislativa.
Arquivo TNAmbev vai demitir aproximadamente 300 funcionáriosAmbev vai demitir aproximadamente 300 funcionários

Em nota, a Ambev informou que a desativação da fábrica será feita de forma gradativa e que as operações devem ser totalmente encerradas até o final deste ano. 

A companhia afirma que, com o fechamento, 300 funcionários diretos serão demitidos. Segundo a empresa, haverá impacto ainda em 15 mil empregos gerados pela cadeia produtiva de cerveja.
"A decisão foi tomada após análise dos reflexos que o aumento do ICMS sobre bebidas frias trará para a empresa no Estado", diz a Ambev. "As novas alíquotas, de 29% para cerveja e 18% para refrigerantes, aliadas ao fim do incentivo fiscal anteriormente existente no Estado, não justificam a manutenção da operação fabril da Ambev no Rio Grande do Norte", acrescenta.

A companhia considera que a alta do tributo teria que ser repassada aos preços, o que terminaria por afetar a demanda dos consumidores. "Como a demanda por bebidas é extremamente sensível a aumentos de preços acima da inflação, isso levaria a uma queda do volume de vendas no Estado", diz a companhia. "Diante desse cenário, a empresa optou por transferir a operação para Estados vizinhos", afirma.

Segundo a fabricante, os pontos de venda e consumidores do Rio Grande do Norte continuarão a ser atendidos, mas com bebidas produzidas em outros Estados.

Júnior SantosFechamento de fábrica deixará mais de 300 funcionários desempregadosFechamento de fábrica deixará mais de 300 funcionários desempregados

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou no dia 27 de outubro projetos de reajustam alíquotas de três impostos no estado. O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCMD).

O fechamento de unidades fabris por questões tributárias já havia sido uma hipótese levantada pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Nelson Jamel, em teleconferência com analistas e investidores na semana passada. "Dependendo do impacto nos volumes, o primeiro passo é reduzir turnos, desligar linhas de produção e poderia chegar, sim, ao limite de fechar fábrica", declarou ao ser questionado sobre a proposta de aumento de ICMS para cerveja no Estado de São Paulo.

ImpostosO Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa uma proposta de reordenamento fiscal, sob a justificativa de combater a crise financeira no Executivo. Na proposta, foi aprovado o aumento do ITCMD, IPVA e do ICMS, com alíquotas distintas para cada produto. No caso das bebidas alcoólicas, o novo valor subiu para 27%. Porém, pela lei, ficou estabelecido que ainda seriam somados 2% na alíquota sobre as bebidas alcoólicas e outros produtos, como cigarros, para reversão ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza. Com isso, a alíquota de ICMS incidente sobre a cerveja ficará em 29% a partir de fevereiro de 2016.

Na votação na Assembleia, o Governo do Estado articulou junto aos deputados a derrubada de uma emenda que limitava a vigência do novo imposto por quatro anos. Assim, não há prazo mínimo para a vigência da nova alíquota, que permanecerá em vigor até que o Executivo tome a iniciativa de encaminhar novo projeto reduzindo impostos.

Memória

Em agosto deste ano, a Ambev havia demitido 18 funcionários e reduzido drasticamente a produção. Em junho,  foram produzidos 1,2 milhões de litros de bebidas, quando a média normal seria entre 4 e 5 milhões de litros por mês. À época, a Ambev não confirmou que fecharia a fábrica no Rio Grande do Norte, mas disse que estava em constante avaliação sobre "as melhores oportunidades para aperfeiçoar sua operação de distribuição" e que, para isso, levava em consideração "fatores logísticos e de infraestrutura das regiões onde está presente".

Com a mudança, a Paraíba deve ampliar a produção e absorver a demanda do Rio Grande do Norte. 

A empresa chegou ao Rio Grande do Norte em 1993, ainda como Antártica, e teve recorde positivo de produção de 6 milhões de litros/mês, com o negativo sendo o de 1,2 milhão de litros/mês (junho). Segundo a empresa, foram investidos R$ 31,4 milhões nos últimos quatro anos e meio, com 342 empregados na produção da Brahma e Skol "litrão".


TRIBUNA DO NORTE
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Por enquanto, 300 trabalhadores potiguares ficarão desempregados até o final do ano, com repercussão em 15.000 empregos indiretos e os empregos perdidos aqui serão abertos no estado da PARAÍBA.

É provável que outras empresas sigam o mesmo rumo. Proprietários de veículos também devem cruzar as fronteiras para fugir do maior IPVA do Nordeste. Creio que as medidas surtirão o efeito esperado... 

Como já escrevi antes: até para ser péssimo é preciso método e a massa cinzenta que governa o Buraquistão segue convicta para o lado errado.
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Após a 'zerda' pronta, eis que o governo tenta um 'remendo':


O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Flávio Azevedo, confirmou ao portalnoar.com que se reunirá ainda nesta sexta-feira (6) com a Secretaria de Planejamento e Finanças e a Secretaria de Tributação para avaliar a possibilidade de concessão de um regime especial para que a Ambev mantenha as atividades no Rio Grande do Norte. No início da manhã a empresa anunciou que irá encerrar as atividades até o final do ano.


Flávio Azevedo afirmou que haverá reunião hoje(Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Flávio Azevedo afirmou que haverá reunião hoje(Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)

“Nós vamos nos reunir hoje com o Planejamento e Tributação para avaliar se há possibilidade dentro das condições do Governo de conceder um regime especial para a Ambev, com a finalidade principal de manter os empregos”, destacou Azevedo. A Ambev estimou que seriam cortados 300 empregos.
Azevedo lembrou que a situação da empresa era delicada desde o ano passado, quando já atuava apenas no engarrafamento de bebidas de 1 litro que vinham de outros estados do Nordeste. “Me reuni algumas vezes com os diretores da Ambev que alegavam a perda de competitividade em relação a outros estados nordestinos com Paraíba, Pernambuco e Ceará. Os benefícios fiscais do Proadi encerraram em 2014, mas nós tínhamos um diálogo com o diretor da Ambev, Felipe Rezende,de apresentar as novas condições do Proadi que será votado na Assembleia para avaliar a possibilidade de reenquadramento da Ambev”, explicou o secretário.

Ainda segundo o secretário os cortes anunciados pela companhia levaram em conta o cenário econômico nacional e atingiram outras unidades do Nordeste e não apenas o Rio Grande do Norte. “Nós vamos buscar possibilidades para tenta o reenquadramento e manter os empregos negociando com a empresa”, enfatizou Azevedo.
Portal no Ar
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Regime especial apenas para uma empresa? Nossa quanta segurança jurídica, né? 

Por que não conceder isenção para os produtos da cesta básica?

Outra coisa:
A situação da empresa não é delicada coisa nenhuma. O mesmo não se pode dizer da situação dos trabalhadores. Aí sim, tem-se uma situação calamitosa.
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Atualizando em 07-11-2015:

O "jornalismo" pró-governo se aproxima do ridículo para "isentar" o atual governo de quaisquer responsabilidades pelo fechamento da fábrica e a demissão dos 300 trabalhadores.

Por exemplo: "informa-se" que a fábrica foi fechada em 2013 e todos os trabalhadores já foram demitidos dois anos atrás, mas na mesma "notícia" se escreve que o atual governo está aberto à negociação para manter os 300 empregos.

Assim: se a empresa resolver fechar (ou fechar novamente?) a responsabilidade é do governo anterior. Em caso da empresa permanecer (ou reabrir já que 'fechou' em 2013) é obra de "Rob II, o generoso".

Entenderam?

Acaso não queiram perder tempo procurando lógica em tais canais de "notícias" é só observar os anunciantes e patrocinadores.

Apareceu o logo do patrão?

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