domingo, 5 de julho de 2015

RN: governo prodigioso em "ideias" e péssimo em execução

Decididamente não é por falta de "ideias" e "projetos" que o RN não deslancha. Os governos foram prodigiosos em criar expectativas e "construir planos" para promover o desenvolvimento.

Apenas para fazer um breve histórico, sem maiores preocupações em aprofundar demasiadamente a análise, tivemos de Agripino para cá uma verdadeira enxurrada de "projetos" para transformar o RN.

Muita pirotecnia, muita expectativa, poucos resultados.

José Agripino até recentemente falava dos seus "projetos": Curral (distribuição de vacas para pequenos produtores), Crescer (Centros Sociais e algumas Creches), Pau Amarelo (energia elétrica subsidiada para "sepultar a lamparina").

Geraldo Melo, o "Tamborete", ficou conhecido como o governador do Leite (Programa do Leite) e da segurança.

O governo de Garibaldi Alves foi marcado pela obtenção de recursos significativos, principalmente, através da privatização da COSERN. Os recursos serviram para realização de obras de infraestrutura, em especial, o Programa de Adutoras. Ficou conhecido como o "governador das águas".

O governo de Wilma de Faria apostou suas fichas na "Ponte de Todos".

O governo de Rosalba deixou como herança o "Arena das Dunas".

O Programa de Recursos Hídricos (PRH) de Garibaldi contou com recursos do Banco Mundial e o governo de Wilma foi no mesmo caminho. Rosalba também buscou o financiamento do Banco e idealizou o "RN Sustentável" e a execução ficará a  cargo do Governo de Robinson Faria.

Tornou-se lugar comum a partir do governo de Garibaldi o anúncio de projetos "audaciosos" e que se tornariam a redenção do RN. Muito dinheiro foi gasto na elaboração dos planos: PRH, PAPP, PCPR, Desenvolvimento Solidário, Agenda do Crescimento, Plano de Desenvolvimento Sustentável Regional (Seridó, Agreste, Alto Oeste), RN Sustentável, Mais RN (FIERN), Programa de Investimento Logístico do RN...

Apenas como ilustrativo, a Agenda do Crescimento do governo de Wilma idealizou investimento de R$ 15 bilhões. Isso mesmo R$ 15 bi até o ano de 2010. A megalomania foi tanta que a Agenda foi lançada em São Paulo.

Falava-se em refinaria da Petrobras. Como se sabe a planta foi para Pernambuco. Falava-se em Ferrovia Transnordestina e o estado foi excluído do projeto. Metrô para Natal, portos, ferrovias, Zonas de Processamento Especiais, Polos Industriais, Terminal Pesqueiro de Natal, projetos de mineração, etc.

Conseguiram tirar do papel: o Aeroporto de São Gonçalo (ainda subutilizado e sem acessos), expansão da Refinaria Clara Camarão (comprometida pela mudança estratégica da Petrobras: redução dos demais projetos para priorizar o Pré-Sal), a Ponte de Todos, projetos de energia eólica (comprometidos pela falta de linhas de transmissão) e o famigerado Arena das Dunas.

Planeja-se, mas não se executa. Os governos funcionam constantemente imersos em problemas do dia-a-dia e se orientam pela administração da rotina e pelo calendário eleitoral.

Sempre que se aproxima uma eleição, tem-se o anúncio de planos mirabolantes e que, via de regra, passado o período eleitoral, vão para algum arquivo e ficam mofando.

E para a região do Alto Oeste a situação é ainda mais desalentadora.

A construção da Barragem de Santa Cruz foi concluída no governo de Garibaldi e até hoje não se tirou do papel o Perímetro Irrigado que serviria para geração de emprego e renda. Também não conseguiram finalizar o projeto da Adutora do Alto Oeste que se arrasta desde 2009.

A BR 226 foi paralisada e sem perspectivas de conclusão.

Perímetro Irrigado de Pau dos Ferros praticamente abandonado como projeto de irrigação e isso ocorre desde antes de acabar a água da Barragem de Pau dos Ferros.

Aterro Sanitário do Alto Oeste: não se falou mais sobre esse importante investimento.

Transposição do Rio São Francisco através do ramal do Rio Apodi. Nem projeto existe.

Polo Serrano, colegiado composto por diversas entidades com atuação na área do turismo regional. Desconheço uma mísera ação que tenha surgido da articulação do grupo. Fala-se muito do Teleférico de Martins. Cidades como Portalegre e Martins com evidentes diferenciais turísticos já tiveram que suspender diversos eventos por falta de apoio do governo estadual.

Território do Alto Oeste, a bem da verdade, a estratégia que reuniria os esforços dos diversos órgãos e que serviria para maximizar o uso dos recursos, infelizmente, parece que não passou de uma estratégia de marketing do Governo Federal. Sumiu do mapa.

Investimentos em saneamento básico. O governo de Rosalba chegou a informar que teria conseguido R$ 1 bilhão para a CAERN realizar diversas obras. em Pau dos Ferros, desde 2004, que se anunciam investimento para deixar o município com 70% de captação e tratamento de esgoto. Ainda falam disso e nada de concreto acontece.

No governo de Wilma se anunciou com estardalhaço a implantação de uma UTI Neonatal no Hospital Regional. Não saiu. E a situação se deteriorou de tal forma que boa parte dos municípios não consegue oferecer o básico do básico.

Em Pau dos Ferros tem uma UPA, quase pronta, que poderia servir aos pauferrenses e a população dos municípios circunvizinhos, mas não se consegue colocar para funcionar e ajuda do governo estadual não chega.

Enfim, inúmeras ideias e péssima execução.

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